(Leonid Afremov, sd,,Castelo
Saventem, Bruxelas.)
Na piscina antiga, a
"ponte" e o "buraco" aos quais a Vera se refere em seu relato.
A piscina onde Vera se
aventurou, como era naquela época e...
....
a piscina do Castelo, como ela é hoje.
Este é um capítulo do
livro "Um Castelo entre as Árvores"
Memória de Isabel Fomm
de Vasconcellos e Vera Krausz.
Para ler todo, clique
aqui.
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Aprendendo
a Mergulhar
por Vera Krausz
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Memória
do
Castelo, Clube de Campo.
Aprendi
a nadar, lá, sozinha e na piscina funda... Passava embaixo daqueles
incríveis buracos por onde havia aquela "ponte"...
Pulei do trampolim alto e descobri que, quando subimos degraus, não
podemos mais voltar atrás. Teremos que vencer o medo. E nos arriscamos:
pular e mergulhar é a maior entrega a Deus e a nós mesmos, que fazemos.
Um frio na barriga e descobrimos que não morremos, que podemos mais que
nossos medos.
Tanta coisa, no Castelo ...
Meu pai me levantando para o alto, pois não quis comprar sorvete.
Desafiei meu pai. Uma única vez! E descobri que ele era maior que eu. Um
limite fundamental... As redes dependuradas nas árvores com fortes e
grossos nós...
Mas o mais marcante para mim é sobre o aprender a nadar.
Na verdade, esta história começa no Clube Banespa onde também éramos
sócios como também um primo nosso, europeu casado com nossa prima, que
vou chamar de Eddie. Estávamos na piscina ele, meu pai, Otto, Eduardo
(Dado) meu irmão, e eu. Dado não sabia nadar e Eddie o jogou na água
"para perder o medo e aprender".
Meu pai não gostou muito, pulou na água e pegou o Dado que já se
engasgava.
Eddie então perguntou para mim, se eu sabia nadar. Respondi que sim.
De fato, não sabia, mas fiquei morrendo de medo que ele me jogasse
também.
Eddie tinha umas brincadeirinhas perverso-sarcásticas que eu abominava.
Meu pai saiu da água e comentou comigo:
-- Vê se isso é jeito de ensinar alguém a nadar... coisa de estrangeiro
mesmo... - bem Otto Krausz!
Foi esta situação e o medo dele se aproximar de mim em outro momento,
que me fizeram querer aprender a nadar. Mas sozinha! Afinal vi que
alguns poderiam me sacanear.
Assim, enquanto os ditos grandes iam para a náutica mostrar seus feitos,
eu ficava criando coragem de passar da piscina média para a funda.
Aquele incrível buraco... me permitia ver quando ela estava sem ninguém
e eu poderia ir para o outro lado... e assim foi... Muitas tardes de
domingo.
E passei a dar voltas inteiras me segurando nas bordas e batendo os
pés... criando coragem de me soltar... Até que soltei! Lembro-me que de
repente já me soltava e, numa tarde qualquer, Eddie estava lá e me viu
nadando. Tive certeza de que ele não me jogaria.
Algum tempo se passou. Tornei-me íntima daquelas águas e arrisquei-me no
trampolim. Primeiro o mais baixo. Depois aquele que, para mim, imenso.
Jamais vou me esquecer que subi. Mas quando lá em cima, aprendi que
alguns passos na vida, não têm volta. Teria que seguir em frente agora
que já subirá as escadas. E mesmo com muito medo, pulei!
Um segundo e uma eternidade.
Quando nos lançamos para a vida, cientes de que muito embora não
saibamos como vai ser, temos certeza de que quando nos arriscamos,
mergulhamos no novo. E são apenas alguns segundos para percebermos que
sobrevivemos!!
Lição inesquecível: Nunca voltar atrás!
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