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(Eddi Lui, 2014, Mulher Maravilha Velha)
"...cabelos brancos por fora, cabeça jovem por dentro. É o que importa. E assim quero me sentir, assim me sinto, e assim espero continuar me sentindo. Portanto. Abaixo qualquer tipo de preconceito!" |
Ao Vento, Cabelos Brancos.
Maria José Silveira |
Questões que resolvi com certa dificuldade, mas acabei resolvendo: cabelos brancos por fora, cabeça jovem por dentro. É o que importa. E assim quero me sentir, assim me sinto, e assim espero continuar me sentindo. Portanto. Abaixo qualquer tipo de preconceito! Que cada uma de nós - mulheres que já começamos a ver fios brancos no espelho - tenha o direito de fazer o que desejar com os seus.
Nada de muito interessante. Provoca o que podemos chamar de algumas gentilezas. Cavalheiros nos dão passagem e seus assentos, jovens gentis nos tratam como tratariam suas mães, há certa solidariedade a nos cercar nas ruas. E nossos próprios filhos percebem, de repente, que estamos mais velhas do que eles imaginavam. Tornam-se mais solícitos, mais preocupados com nosso bem-estar. Uns encantos.
Estamos
ficando mais sábias? Vocês estão? Eu, não. Mais serenas? Eu bem gostaria. Às vezes, tento. Quero me posar de calma, tranquilíssima, como se as coisas do mundo me afetassem menos porque sei de sua evanescência, sua ininterrupta mudança, mas qual! Ainda não tenho tal circunspeccão, tal equilíbrio. Tô longe!
Mas, ei!,
amigas queridas. Para algo há de servir essa pequeníssima reflexão sobre
assunto tão aparentemente fútil como o branco dos cabelos: para nos dar
a certeza de que, a qualquer idade, com qualquer tipo de cabelo, viver é
algo precioso, e basta. |