voltar para a página inicial do portal voltar para a página-site da escritora Maria José Silveira |
|
(Djanira, 1952, Ciranda)
Um passado, portanto, bem
resguardado na memória, bem protegido desse presente à beira de abismos. |
Escapes por Maria José Silveira
|
Vamos, então, para a adolescência, mas aí o passado piora. Fui uma adolescente ávida, inquieta, corpo e cabeça experimentando contradições e gerando conflitos intermináveis e descobertas. Adolescente rebelde. Quero falar sobre isso? Com sinceridade? Também não. Mas guardo muitas coisas boas dessa idade. |
Chegamos à juventude, e aqui posso dizer que, de alguma forma, ela foi como deveria ser a juventude de qualquer pessoa. Descobertas e encantamentos me acompanharam. Tive batalhas duras para adquirir a liberdade que precisava respirar, e tive a UnB, o movimento estudantil, o primeiro trabalho digno desse nome (jornalista do JB), tudo quase um paraíso, fora o que não era. E o que não era paraíso? A ditadura que, por princípio, era algo contra o qual lutar, por mínimas que fossem nossas lutas, até que ela afundou suas garras no gramado do campus, levou de roldão vários estudantes, e fechou-nos as portas. Mas quero mesmo falar dessa ditadura e seu AI-5? Agora, não. Não vale sair de uma para cair em outra.
|