8 de Março DIA INTERNACIONAL DA MULHER
por Isabel Fomm de Vasconcellos
Amelinha Teles e eu na
Paulista
Outra lembrança de um 8 de março que reuniu, comigo, na Livraria da Vila, mulheres maravilhosas da saúde: Albertina Duarte Takiuti, Dra.; Helena Calil, Adriana Mazzoni, Mara Diegoli, mas, nas batalhadoras da sáude ainda há que se lembrar de Angelita Gama, pioneira na cirurgia (mulher não podia ser cirurgiã) e da minha grande amiga Tania Mauadie Santana. Abaixo, homenagem pra ela.
Hoje a Dra. Tania Mauadie Santana está se desligando do Hospital Pérola Byington, cenário de sua grande batalha pelo direito à saúde sexual das mulheres (e, por tabela, dos homens...rsrsrs). Hoje também, 8 de março de 2014, se comemora o 16. ano de existência do Ambulatório de Sexologia que Tânia criou no Pérola, com o indispensável apoio (ela é quem diz) do Dr. José Aristodemo Pinotti, que dirigia na época o hospital e é o médico que mais fez pela saúde da mulher no Brasil e tb no EXterior. Marianne Pinotti, sua filha, herdou dele a garra e a coragem de dar a cara pra bater. Todas as mulheres de São Paulo e do Brasil, ainda que nunca saibam disso, sempre deverão à Dra. Tânia todo e qualquer atendimento de sexologia que recebam em qualquer hospital píblico do Brasil. O ambulatório que ela tanto lutou para conseguir fundar faz escola...
Parabéns a todas as minhas irmãs que são corajosas, enfrentam a vida bravamente,
consolam seus homens e sabem amar em profundidade
25% das mulheres brasileiras apanham regularmente de seus companheiros. No Brasil, mulheres ganham em média 30% a menos dos que homens na mesma função. Ainda votam no candidato indicado pela marido. São apenas 9% dos cargos políticos eletivos. Não confiam umas nas outras, pouco vão às profissionais do seu sexo em busca da lei ou da saúde...
As mulheres políticas não são eleitas por votos femininos e, sim, masculinos. Ainda acham que sexo é "só com amor". As políticas que estão no poder, na sua absoluta maioria, incluindo a presidente, foram eleitas à sombra de um homem. Quem elegeu Dilma foi o Lula. Outras são "a mulher de fulano", assim como também a presidente argentina. Torcem o nariz pra palavra "feminista", como se esta cheirasse mal. No entanto, foram as mulheres organizadas (as feministas) que conquistaram TUDO o que a mulher tem de direitos na sociedade ocidental (muito embora esses direitos estejam mais no papel do que na prática)
E, por fim, no 8 de março, ganham flores e presentes, uma espécie de "cala a boca" pra esquecer a sua verdadeira condição social. Ainda assim, parabéns a todas as minhas irmãs que, apesar de tudo isso, são corajosas, enfrentam a vida bravamente, consolam seus homens e sabem amar em profundidade. Meninas, todas nós somos bruxas maravilhosas, com nossa intuição, nosso amor, nossa garra! Viva o 8 de março! Vivam as nossas conquistas sociais!
E vivam todos os homens que nos compreendem e nos apoiam. Esses são os verdadeiros machos! Os nossos queridões, os nossos gostosões! Palmas pra nós! Agora, por favor, recebam as flores...
1985: foto do programa Condição de Mulher, produzido e apresentado por mim na TV Gazeta e Rede Mulher de TV de 1985 a 1998. Na foto da esquerda para a direita:
Albertina Duarte Takiuti, Dra. me envaidece com a sua amizade. Médica incansável, foi discriminada também no seu meio, até conseguir a notoriedade e o respeito que tem hoje, do público e dos próprios médicos. Professora na USP, coordenadora do serviço de adolescência da Secretaría Estadual da Saúde é uma das médicas que mais trabalhou, lutou e trabalha e luta até hoje pela saúde da mulher.
Amelinha Teles está no jornal Valor de ontem. Ela fez um quadro no meu programa Condição da Mulher, na Rede Mulher de TV, em 1994 e 1995. Tem uma maravilhosa trajetória de luta por justiça social. Na ditadura foi presa, teve seus filhos sequestrados pelos homens do poder, sofreu muito, mas nunca se calou. Eu a admiro e fico feliz que a imprensa tenha aberto os olhos para ela, heroína nacional.
Wilminha era do Conselho Estadual da Mulher Negra (nem sei se ainda existe esse órgão), uma batalhadora que dizia que a mulher negra era triplamente discriminada: economicamente, pela cor e pelo gênero.
Alda Marco Antonio também dispensa apresentações. Política de garra, séria, batalhadora, remando contra todas as marés dentro da militância.
Ida Maria, à época, era vereadora e presidente do Conselho Estadual da Condição Feminina (como o tinham sido, antes dela, com grande projeção na mídia, a senadora Eva Blay e a própria Alda).
E, por fim, Floriza Verucci!! Jurista que se tornou conhecida pelo antigo TV MULHER da TV Globo, também teve quadro no meu programa Condição de Mulher, na Rede Mulher de TV e infelizmente já nos deixou. Muitas mulheres foram orientadas juridicamente por ela e por seu trabalho junto ao seu meio, entre magistrados de todos os níveis.
Como se pode ver, sempre estive muito bem acompanhada...