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O Sofrer e a Alegria por Vera Krausz |
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(Di Cavalcanti, 1962, Duas Mulatas)
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“A forma como a gente fala do
modo como a gente sofre muda a forma como a gente sofre. Cada vez que a
gente dá um nome para um mal-estar, ele vira sofrimento” |
Se o que conduz o sujeito ao
processo terapêutico é a dor, o sofrimento psíquico, o que vem a ser
este sofrer? A dor
é uma experiência multidimensional
que envolve aspectos físico-sensoriais e aspectos emocionais. O
sofrimento psíquico é uma abstração, na medida em que diz da dor
emocional vivida pelo individuo, de forma subjetiva. O sofrer fala da
possibilidade de suportar, tolerar a dor sentida. A
clínica nos indica uma porta de entrada
que devemos levar em consideração, de que a escuta terapêutica deve ser
reinventada a cada sessão e para cada cliente, visto que implica na
leitura dos impasses simbólicos que cada indivíduo estabeleceu ao longo
de sua vida. Os principais sintomas apresentados na contemporaneidade tais como a toxicomania, a anorexia, a TPM, a depressão, nos convocam a pensar sobre uma outra forma de clinicar. |
Pouco a pouco nossa época nos mostra que os sintomas que se formam, clamam por uma clínica de posições, indica que é de extrema importância uma escuta que possa acompanhar tanto a origem quanto a posição para onde ele se dirige com esta fala.
A posição do sujeito frente à
droga, ao alimento, ao sexo, enfim, ao objeto,
nos traz novas nuances clínicas, fundamentais para que possamos na
escuta terapêutica identificar como e porquê e sinalizar ao sujeito as
formas pelas quais ele sofre, do que sofre e como ele repete seu
sofrimento, para assim poder identificar formas de transpor o próprio
sofrimento, diante de seu discurso que ao ser modificado, lhe
proporcione novas formas de se relacionar, com o outro. Inicialmente o
terapeuta, mas que ao modificar o discurso simbólico com este, viabiliza
para além da tolerância ao sofrimento psíquico, “ o sofrer “ sua
transformação em “prazer”, na medida em que ao novo se agrega a
experiência emocional da confiança, do amor e da alegria. Temos
como “Alegria” o estado de satisfação, sentimento de contentamento ou de
prazer. O
terapeuta é aquele que aprendeu a linguagem particular do sujeito,
e na escuta amorosa que faz da dor do outro, viabiliza novas palavras e
significados. |