Sexo na Gravidez. Pode?
por Dr. José Carlos
Riechelmann
A gravidez é um período de
transformações evidentes e outras não tão evidentes no corpo e na mente
das mulheres. Mas é também objeto da criação de muitos mitos e, entre
eles, aqueles que dizem respeito à prática sexual durante a gestação.
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- O casal tem
alterações em seu desejo sexual, durante a gravidez?
Depende.
Nos homens:
Para alguns homens, a visão da mulher grávida remete à própria mãe e
a conceitos da “santidade” e da “pureza” da imagem materna. Isso
pode, de maneira inconsciente, bloquear o desejo que eles sentem
pela mulher.
Para outros, transar com uma mulher grávida funciona como uma
transgressão dessa mesma imagem – certamente equivocada – da
“santidade” e da “pureza” e como tudo o que é “proibido” é
excitante, o desejo desses homens pela mulher, cresce.
Nas mulheres:
Pelo lado emocional, entra a questão da autoestima. Autoestima
baixa é sinônimo de baixa libido.
Para algumas mulheres, a gravidez traz uma sensação de poder, pelo
fato de estar gerando uma nova vida. Para outras, traz angústia e
incerteza. As primeiras certamente verão crescer seu desejo sexual.
As segundas, ao contrário, verão diminuir o seu desejo.
Muitas mulheres podem, ainda, não aceitar bem as mudanças corporais,
podem engordar muito, ter inchaços frequentes e acabam se sentindo
menos desejáveis.
Pelo lado físico,
No 1º trimestre de gravidez as primeiras alterações físicas como
aumento de sensibilidade nas mamas, enjoos e outras podem afastar o
desejo do sexo.
No 2º trimestre a libido costuma aumentar por causa do fim dos
incômodos e dos enjoos e também porque essa é uma fase de grande
lubrificação vaginal, facilitando a penetração.
No 3º trimestre, a dificuldade de carregar uma barriga já bem maior,
a diminuição da lubrificação vaginal acabam sendo empecilhos para o
desempenho sexual. Mas não são impedimentos.
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- Transar na
gravidez vai prejudicar o feto?
Alguns casais ficam com medo de que o ato sexual possa, de alguma
forma, prejudicar o feto, mas isso não é verdade. Os mitos:
1. As
contrações durante o orgasmo feminino poderiam expulsar o feto –
isso é um engano.
2. O pênis pode
machucar o bebe ou o esperma prejudica-lo - Existe um canal que fica
entre o colo do útero e a bolsa que protege o feto e esse canal não
chega a medir 0,5cm, logo o pênis não consegue alcançar o feto, da
mesma maneira que o esperma não chega ao bebê, que está protegido
pela bolsa.
3. Ejacular
dentro da vagina pode causar contrações uterinas e levar ao aborto.
– Esse mito vem da crença que as prostaglandinas presentes no
esperam poderiam levar a contrações uterinas. Mas a quantidade de
prostaglandina existente no sêmen é muito pequena.
Há casos em que a
grávida realmente não pode transar?
Sim. Mas apenas quando há ameaça de aborto ou se ela já sofreu
abortos precoces antes.
Mas, apesar das
mudanças físicas e emocionais, o casal deve manter ativa a sua vida
sexual durante a gravidez, porque, inclusive, além da manutenção do
prazer e da cumplicidade dos dois, sexo alivia tensões e torna mais
simples a transformação do cotidiano que sempre vem com a chegada de
um bebê.
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Dali,
Rosa Ensanguentada,
1930.
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