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Para no meio ou termina depressa demais.

 por Dr. José Carlos Riechelmann

 

 

 Toulouse Lautrec, O Beijo

Em nosso artigo anterior, comentamos as causas da disfunção erétil, ou seja, homens que não conseguem ter ereção. Mas existem outras situações que comprometem o pleno prazer masculino.

 

Por exemplo: o homem que consegue a ereção suficiente para penetrar, mas essa ereção não se mantém e ele acaba “murchando” antes do tempo.

Ou ainda, o homem que ejacula depressa demais, antes da mulher ter chance se se satisfazer.

 

Para no meio

No primeiro exemplo, os motivos podem ser físicos ou emocionais. Como na ereção que não acontece, o estreitamento das artérias é o grande vilão da história. Isso ocorre – como dissemos anteriormente – quando o indivíduo apresenta quadros de hipertensão, diabetes ou a arteriosclerose decorrente do envelhecimento.

Porém, se na ausência de ereção, as causas costumam ser mais físicas do que emocionais, neste segundo quadro (o da ereção que existe mas não se mantém), muitas vezes as causas são psicológicas. O homem pode perder a ereção por medo, o medo de não estar agradando. Se ele percebe, ou simplesmente imagina, que a mulher não está correspondendo, se ela não está tendo as reações de prazer que ele julgaria que ela devesse ter.

 

A raiva é outro fator importante nesse caso. Se o casal se desentendeu e apareceu esse sentimento de raiva mal resolvida, certamente isso vai se refletir no desempenho sexual. E a dificuldade que a maior parte dos casais tem, de conversar sobre isso, torna mais difícil a superação do problemas.

É preciso aqui abrir um parênteses para dizer que existem exceções, como sempre. Há pessoas que só se importam com o seu próprio prazer e o medo de não agradar ou a raiva mal resolvida não vão afetar em nada essa pessoa. Mas são exceções.

 

Quando essa perda de ereção se torna uma constante, então deve-se procurar ajuda médica. O primeiro passo é, evidentemente, procurar as causas físicas. Feitos os exames, descartadas as causa físicas, aí, sim, deve-se procurar um auxílio psicológico.

 

Termina Depressa Demais

Para o homem que ejacula depressa demais, a tendência é classificá-lo como um ejaculador precoce. Mas nem sempre é assim. Hoje é consenso no meio médico que a ejaculação só pode ser classificada como precoce quando acontece em menos de um minuto após a penetração.

 

Ainda existe muita polêmica, entre os especialistas, sobre a causa da ejaculação precoce mas não há dúvida que um sintoma presente em todos os casos é a ansiedade. Há homens que sempre ejacularam muito rapidamente e outros que começam a ter esse problema depois de submetidos a um grande estresse. Como existem teorias (ainda não comprovadas por estudos sérios) que supõe, que, em ambos os casos, haveria um distúrbio em um receptor de serotonina no cérebro.

 

No entanto, observou-se que em alguns pacientes que tomavam certo tipo de antidepressivos, por causa de problemas como depressão ou síndrome do pânico ou outros transtornos afetivos, e que eram também vítimas de ejaculação muito rápida, o problema foi minimizado, como se fosse um efeito secundário do medicamento.

 

É importante alertar para o que nunca deve ser feito na tentativa de resolver essa ejaculação precoce ou rápida demais: não usar anéis penianos que oferecem riscos de lesão no pênis e nem se submeter a algumas cirurgias que visam diminuir a sensibilidade do pênis e assim prolongar a ereção. O resultado pode ser problemas permanentes para a ereção.

Reduzir a ansiedade, sem dúvida, vai ajudar muito. E, para tanto, o ideal seria um bom terapeuta.