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3D: Desamor, Discriminação e Doença
Por Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano

Escrevo aqui na UpPharma desde os anos 1990. Faz tempo, galera! Lembro-me ainda de que um dia, há anos, o nosso querido editor me alertou para o excesso de “feminismos”. E ele estava certo, é claro. Afinal, essa minha coluna é sobre saúde feminina.

No entanto, quero fazer aqui hoje uma reflexão. A Condição Social da Mulher tem muito a ver com a saúde de todas nós.

Imagine o que significa, para a sua saúde, ouvir, desde muito criancinha, que você não passa de um zero à esquerda! E é isso o que acontece nas maiorias das famílias. As meninas são preteridas na educação – quando o dinheiro para isso é curto – pois elas serão mães, donas de casa, esposas... Então, estudo pra que? Enquanto os meninos, seus irmãos, devem sim estudar e se formar para serem os provedores de seus lares.

Muitos ainda acreditam que as mulheres são “menos racionais” que os homens. Muitos ainda desconsideram as opiniões e posições femininas no que tange às questões públicas e políticas.

Crianças, em diversas famílias, crescem ouvindo seus pais desvalorizarem cotidianamente as suas mães.

Assim, as meninas crescem introjetando essa ideia do “menos”.

E, acredite, isso faz mal pra saúde. É sim! Uma pessoa que acaba por acreditar que é, de alguma maneira, inferior, têm muito mais angústias, menos autoestima, mais ansiedade, mais estresse. Todos esses sentimentos implicam mudanças físicas: o estresse e a ansiedade geram adrenalina, por exemplo, e essa vai contrair os vasos sanguíneos, acelerando os batimentos cardíacos e causando outras reações químicas em nosso corpo. Hoje, os médicos são quase unânimes em afirmar que a maioria das doenças têm causas psicossomáticas. Para ter saúde é preciso estar de bem com a vida, em outras palavras. E quem se sente desvalorizado, discriminado, na maioria das vezes, está sim de mal com a vida e consigo mesmo.

Isso não vale apenas para as mulheres. Vale também para todos os estamentos sociais discriminados.

Mais do que nunca, hoje, o nosso mundo ridiculamente polarizado politicamente, com ausência de diálogo e de fundamento nas posições de cada um, com intolerâncias de todos os tipos – religiosas, étnicas, de gênero, de raça e de cor, de idade (o etarismo..) de posição política – precisa de amor. Simples assim. E amor é diálogo, tolerância, compreensão... Sem ele, sem o amor, adoecemos. Adoecemos pela discriminação, pela incompreensão, enfim, por simples infelicidade.

Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano é escritora, apresentadora e youtuber. isabel@isabelvasconcellos.com.br
Fonte médica: Dr. José Carlos Riechelmann.