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Ser médico, de verdade, é
honrar a máxima “jamais fazer o mal”. Ser médico é minimizar a dor. Uma
das mais nobres tarefas do ser humano. Ser médico é enxergar além do
corpo do paciente, é compreender o contexto emocional, social,
econômico, em que ele está inserido. É perceber, como diria a querida
Dra. Tânia Santana, que as doenças nada mais são do que dores da alma.
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Médicos na TV
e na Web
por Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano |
Completar-se-ão quatro décadas que trabalho com médicos, com saúde.
Em 1984, Ronaldo Alvan (pioneiro da TV no Brasil), Mauro Caetano, Marcel
Nackler e eu colocamos no ar, pela TV Gazeta, o primeiro programa médico
da televisão brasileira: Junta Médica. Que, com o tempo, se espalhou por
outras emissoras, Brasil afora. Não existia Internet e os canais de
satélite, da Embratel, eram apenas dois. Os nossos programas viajavam,
em enormes fitas formato U-Matic, de avião...
Naquele tempo, só cirurgiões plásticos se aventuravam a ir à TV e sofrer
as decorrentes sanções do CFM (Conselho Federal de Medicina) que
acreditava que lugar de médico não era na TV, que isso seria
autopromoção, proibida pelo código de ética médica.
Parece piada. Hoje, se você correr o dial das inúmeras emissoras que
acessa na sua smart TV, vai encontrar, sem dúvida, muitos médicos dando
entrevistas ao mesmo tempo. Ainda mais quando vivemos Pandemia, Monkey
Pots e outras mazelas.
Em 2008, recebemos mais de 75 médicos e seus pares para um jantar, no
restaurante Rubaiyat do também médico Carlos Iglesias, comemorativo dos
nossos 4 mil programas médicos realizados na TV. Estamos em 2022. Nossas
entrevistas médicas, no YouTube, e no Portal SAÚDE&LIVROS
(www.isabelvasconcellos.com.br) já ultrapassaram a marca de 7mil.
Se, na longínqua década de 1980, vivia recebendo telefonemas do CFM e
CRM, sobre a inconveniência de se colocar médicos na TV, quando nosso
programa estreou, estavam lá nada mais nada menos do que nosso saudoso
Prof. Dr. Adib Jatene, Dr. Nabil Ghorayeb e assim foi, dali para frente,
só grandes nomes da Medicina... no Junta Médica e em muitos outros
programas da TV aberta que mantivemos ao longo de três décadas.
Hoje é Internet. E nos orgulhamos de levar apenas informação séria e
ética, de saúde, aos nossos internautas. Uma distinção, creio, nesses
tempos em que até médicos mesmo, atropelando a ética e o juramento de
Hipócrates, ousam dizer homéricas inverdades na Web, temerosa e
irresponsavelmente.
Ser médico, de verdade, é honrar a máxima “jamais fazer o mal”. Ser
médico é minimizar a dor. Uma das mais nobres tarefas do ser humano. Ser
médico é enxergar além do corpo do paciente, é compreender o contexto
emocional, social, econômico, em que ele está inserido. É perceber, como
diria a querida Dra. Tânia Santana, que as doenças nada mais são do que
dores da alma.
A profissão da nobre arte de curar muito tem sido vilipendiada nesses
tempos atuais em que a promoção pessoal, o chamado “sucesso”, tem falado
mais alto do que a verdadeira missão dos que praticam a Medicina.
Que os novos médicos, que um novo tempo, venha resgatar o que de mais
belo há na Medicina. Que esse momento que estamos vivendo simplesmente
passe, seja página virada na nossa História. Esse é o meu desejo hoje,
no Dia do Médico, para todos nós, médicos e não-médicos, jornalistas
especializados em saúde, pacientes aflitos, todos os que sofrem, todos
os que são gratos por terem sido aliviados de suas dores!
Agradeço imensamente aos médicos que venho entrevistando ao longo dessas
quatro décadas. Eles são maravilhosos, humanos, honram seus títulos e a
eles presto o meu tributo nesse 18 de Outubro de 2022.
Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano, produtora e
apresentadora de TV, webmaster, jornalista especializada em saúde.
belvasconcelloscaetano@hotmail.com
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