Mulheres têm tudo a ver com a Lua.
Os maias deveriam saber muito bem disso, pois o seu famoso calendário
propõe (com bem mais lógica do que o nosso) o ano de 13 meses, com meses
de 28 dias, 4 semanas exatas, 4 ciclos completos da Lua e das mulheres.
Não cabe aqui discorrer sobre as muitas teorias já elaboradas sobre esta
mágica relação da mulher com a lua.
Avalon sabia disso, os celtas sabiam e muito (ou quase a totalidade) de
todos estes conhecimentos muito antigos queimou-se nas fogueiras da
inquisição.
Mas a nossa natureza feminina, baseada na intuição e nos poderes
esquecidos do hemisfério cerebral direito, sabe. E, porque sabe,
qualquer coisa que nos leve de volta às nossas verdadeiras tradições de
mulher, faz muito sucesso com o público feminino contemporâneo.
Vide Paulo Coelho, Brumas de Avalon e todo o arsenal de sites e livros
esotéricos consumidos vorazmente pelas modernas mulheres, muitas das
quais têm, na vida profissional, um comportamento inspirado no modelo
masculino de poder, um modelo, portanto, racional, do hemisfério
cerebral esquerdo. Modelo do Sol, não da Lua.
No entanto, mesmo as mulheres mais incrédulas, mais racionais, caem,
mais cedo ou mais tarde, na armadilha do consumo dos muitos produtos
esotéricos disponíveis em nosso mercado.
Trata-se, sem dúvida, de uma retomada -- por parte das mulheres -- não
de qualquer corrente feminista, mas retomada de sua natureza feminina
mais íntima, mais profunda, que hoje apenas quer despertar de nosso
inconsciente coletivo.
Esta natureza que a sociedade dominada pela força (e, portanto moldada
por padrões masculinos e racionais de poder) sufocou. E que a era da
Informática e, ao mesmo tempo, era do Despertar dos Mágicos, vai
recuperar; esta natureza onde reside o verdadeiro poder feminino.
Foi por temer esse poder, e por temer ainda o enorme poder de sedução da
mulher, que o homem inventou o machismo; inventou que somos fracas,
irracionais, que precisamos da proteção dele... Piada! Historicamente,
as mulheres é que sempre protegeram os homens, principalmente de si
mesmos.
No entanto, depois de tantas lutas feministas, de lentas conquistas
sociais, temos alguns homens no parceiros na nossa luta pela igualdade
de direitos.
Mas apenas isso: igualdade social e de direito. Porque nós, mulheres,
somos bastante diferentes deles.
Nós somos da lua, do hemisfério cerebral direito, onde moram a intuição
e os sonhos. Já eles, são do Sol, do hemisfério cerebral esquerdo, onde
mora o espírito lutador e guerreiro e a pura racionalidade.
A Natureza nos fez assim: diferentes. E complementares. Como as duas
metades dos cérebros.
Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano é escritora,
jornalista com especialização em Saúde e youtuber. isabel@isabelvasconcellos.com.br
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