(Revista Caras 2018 03 O Mito do Amor)
Joel Renno - Muito bom! Parabéns
Osmar De Almeida Marques Bom dia!
Vi, li e gostei muito. Simples e objetivo. Parabéns!
Manoel Ochoa Parabéns! O artigo está brilhante.
Susana Campanhã Belíssimo artigo!!!😘
Susana Campanhã Certíssima, mas há fases que faz tão bem sonhar...
Isabel -
Se o preço do sonho for virar pesadelo.... não vale a pena.
Susana Campanhã
Isabel Fomm de Vasconcellos pesadelos, estamos fora!!!🙌
José Eduardo Pereira Lima Que bom que pude ler esse excelente artigo
que, integralmente, vem ao encontro do que penso. "Esse negócio de amor
à primeira vista entre homem e mulher deve ser, na verdade, paixão à
primeira vista". Parabéns
José Eduardo Pereira Lima Já li e adorei
Paulo
Jatene Isabel sensacional Belo texto parabéns
Marcello
Pedreira Gostei, Isabel, parabéns!
Vera
Krausz – Amei... o mito do amor à primeira vista... rsrsrs...
Alceu Reis Parabéns, eu já
tinha lido. Aí, a gente aproveita e lê novamente.
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O Mito do
Amor
por Isabel Fomm de Vasconcellos |
Existe na nossa sociedade ocidental o terrível mito do amor. Em nome do
amor, tudo seria possível, tudo seria maravilhoso.
Nas mulheres isso é ainda mais forte e mais sério. As mulheres são
naturalmente (biologicamente) mais sensíveis e, embora a ciência nada
comprove, mais intuitivas. Embarcam com mais facilidade no mito do amor.
Calma, não estou dizendo que o amor não existe. É claro que ele existe,
mas não é exatamente aquilo que a gente pensa que seja.
Jovens meninas que vivem sua primeira atração sexual, imediatamente
acreditam estar amando o menino. Ele não. O menino sabe que o que ele
quer daquela menina é sexo e pronto. Mas, para a menina, o sexo tem que
ter a justificativa do amor. E ela se ilude. E a ilusão pode fazê-la
sofrer muito. Amor não é tesão. Ele pode, é claro, conter o sexo, mas
sexo e amor são coisas separadas e muito diferentes.
Como fomos ensinados a respeitar e a desejar o amor, vamos pela vida
confundindo as bolas. Nem sempre amamos os nossos irmãos de sangue, os
nossos parceiros sexuais, os membros das nossas famílias e até mesmo os
nossos filhos. Nem sempre. Mas nos sentimos no dever de amá-los. E aí
começam os desastres: da falsidade à hipocrisia e, o que é pior, o
autoengano.
Para viver em harmonia na sociedade, já que somos todos absolutamente
interdependentes na comunidade humana, talvez fosse mesmo muito bom
tentar praticar a máxima cristã de amar ao próximo como a si mesmo. Mas
esse é um amor racional, que se pratica através do difícil exercício do
respeito pelo outro, do respeito pelas diferenças, da humildade de saber
que nunca se é o dono da verdade. Esse é o amor construído, o amor da
tolerância. Será existe algum outro tipo de amor?
Esse negócio de amor à primeira vista entre homem e mulher deve ser, na
verdade, paixão à primeira vista. Porque amor se constrói. A partir da
paixão. A partir do laço de sangue. Você ama seu filho, quando ele
nasce, porque se preparou durante longos 9 meses para isso. Você
construiu. Você ama sua mãe porque ela a amou, por toda a sua infância,
sua adolescência.
Quem não foi amado, dificilmente consegue amar. O amor não é
instantâneo, ele é construção.
Por isso, pelo seu bem e o de todas as mulheres, pare com essa bobagem
de achar que você ama todo homem que te atrai. Atração física não é
amor. Pode até se transformar em amor. Mas não é. Nem é preciso amar
para fazer sexo. Você pode se realizar sexualmente com uma pessoa sem
que, necessariamente, ame essa pessoa.
Esse mito do amor incondicional, do amor instantâneo é outro sintoma da
nossa longa discriminação social, como mulheres. Faz parte da vasta
lista de comportamentos impostos a nós, para que fossemos dóceis e
submissas.
Mas nós não somos assim. E podemos sim ter uma infinita capacidade de
amar nossos companheiros, nossos pais, nossos filhos, nosso trabalho.
Porém, qualquer amor não nasce simplesmente do nada. Ele é construído,
dia a dia, pelo cultivo (e pela nossa vontade) dos sentimentos mais
positivos que possamos encontrar em nossos corações.
Isabel Fomm de Vasconcellos é escritora, com 13 livros
publicados, jornalista e apresentadora. isabel@isabelvasconcellos.com.br
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