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             Tudo na Vida Tem Preço (Tpm e menopausa)

Modigliani, 1917, Retrato de Vitória

 

 

 

por Isabel Fomm de Vasconcellos (na Revista UpPharma)

 

Desde que a Medicina descobriu que o preço pago pelas mulheres por sua capacidade de gerar é uma maior variação hormonal, foi possível compreender a síndrome pré menstrual com sua enorme variedade de “sintomas” (coloco as aspas porque não se trata de uma doença) que vão da depressão passageira à ataques de mau humor, passando pela cólica (altamente irritante) e pelo inchaço que chega a somar quatro quilos ao peso normal, pela retenção hídrica (e não há nada mais horripilante para o sexo feminino do que o ganho de peso, nem mesmo as baratas).

 

Compreendida a chamada TPM, compreendeu-se também o climatério – que todo mundo chama de Menopausa, genericamente, sendo que de fato menopausa é o nome da última menstruação – e seus consequentes “horrores”, a saber: ganho de peso (Ai!), alterações de humor (ui!), calores noturnos (que são semelhantes à clássica tortura aplicada a presos políticos: privação de sono, ou seja cada fez que o infeliz consegue pregar o olho, alguém o acorda...) que fazem com que o sono seja interrompido inúmeras vezes pela terrível e desagradável onda de calor; a rápida deterioração dos tecidos epiteliais pela ausência de colágeno (traduzindo: a pele despenca, a celulite se instala e as rugas preenchem o rosto) e a também rápida deterioração dos ossos, muitas vezes levando mesmo ao grave problema da doença osteoporose.

 

Pois é. E tudo isso porque a pobre da mulher tem a capacidade de gerar crianças: tudo culpa dos famigerados hormônios que o ovário produz ou deixa de produzir.

 

Quando produz, a menstruação ataca e incomoda.

Quando não produz, o climatério cai sobre o sexo feminino como se fosse uma sentença de morte iminente.

Muitas mulheres negam ter TPM, mas todas tem. Seja a TPM física ou a psíquica ou as duas juntas.

 

Muitas mulheres não acreditam na gravidade das consequências da menopausa, argumentando que sua avó não teve isso. Certamente é porque a avó em questão morria muito mais cedo do que morremos hoje.

 

É claro que muitas mulheres tiram tudo isso de letra, mas não sem a ajuda de um bom médico.

 

Hoje esses santos profissionais da saúde  -- tanto médicos quanto psicólogos, nutricionistas e outros paramédicos – conseguem minimizar e até mesmo eliminar a famigerada TPM e dar um chega pra lá na famigerada Menopausa. Mas não sem a ajuda de medicamentos, sejam eles fitoterápicos ou sintéticos.

 

Por tudo isso é que as mulheres vão muito mais ao médico do que os homens e também é por tudo isso que os governos inteligentes investem em ambulatórios, e até mesmo em hospitais, na saúde feminina.

 

A grande vantagem que as mulheres levam sobre os homens é exatamente essa: como vão mais ao médico tem muito mais oportunidades de detectar doenças mais graves logo que essas se instalam e acabam, por isso, morrendo bem mais tarde do que os desprevenidos senhores.

 

Tudo nesta vida tem preço. E troco.