voltar para a página do doutor

 

Será que tudo é botox?

por Dr. Paulo Jatene

 Picasso

 

Mas nem todo procedimento não invasivo para rejuvenescimento facial é botox.

 

Temos visto na imprensa em geral e, principalmente na Internet, matérias falando de artistas e personalidades que deram “um trato” no visual. Quase sempre essas matérias afirmam que fulano ou beltrana “fez botox”. Se a pessoa em questão está com os lábios mais grossos, é porque “fez botox”; se sumiu com aquele bigode chinês do rosto, “fez botox”... Ora, nem tudo é botox. E nem toda a toxina botulínica é botox tampouco.

Bom, vamos por partes e com calma.

Primeiro o que é de fato o botox? É uma marca comercial que indica um produto cujo princípio ativo é a toxina botulínica, a mesma da temida doença botulismo que atingia os marinheiros, principalmente os piratas. Todo mundo passou a chamar a toxina de “botox” porque essa marca virou sinônimo do produto, assim como “gilete” um dia foi sinônimo de lâmina de barbear.

Então, lá vamos nós, vamos chamar também a toxina simplesmente de botox.

Qual é o uso dela na cirurgia plástica? Há coisa de duas décadas se percebeu que, aplicando a toxina na face das pessoas essas pareciam rejuvenescer. Explica-se: na dose correta o botox causa uma paralisia temporária em determinados músculos do rosto que, por isso, se “esticam” dando aquela aparência de jovialidade e retardando, inclusive, o aparecimento das rugas e marcas de expressão naquela região onde o botox foi aplicado.

Mas nem todo procedimento não invasivo para rejuvenescimento facial é botox.

No caso do famoso bigode chinês, o cirurgião plástico não usa o botox. Usa outras substâncias, como ácido hialurônico e similares, que, injetados sob a pele, preenchem o local onde está o sulco na pele, devolvendo assim ao rosto a expressão de jovialidade. Isto se chama popularmente “preenchimento”.

A mesma coisa acontece com os lábios enormes que viraram moda depois do sucesso da atriz Angelina Jolie. Também é injetada uma substância sob a pele dos lábios, como se tivesse colocado um “recheio” para aumentar o volume.

Esses procedimentos, variando de pessoa para pessoa, não são definitivos. Para alguns, em meses, para outros, em anos, o organismo vai absorvendo essa substância “preenchedora” e, para se manter a jovialidade do rosto, é preciso refazer o procedimento. Já o botox, também variando de pessoa a pessoa, tem duração média de 4 a 6 meses.

Nada disso é cirurgia plástica tradicional. Para o rejuvenescimento do rosto, a cirurgia plástica é o lifting facial que também pode ser realizado por diversas técnicas. Mas esse é um outro assunto para um próximo artigo.

Por enquanto é importante perceber que nem tudo é botox, que existem muitas e muitas formas de promover uma aparência mais jovial para homens e mulheres. Um bom cirurgião plástico, depois de uma análise da face e do desejo da pessoa saberá como proceder em cada caso. Pois tudo é individual.