Não
venceremos a obesidade enquanto não nos conscientizarmos, tanto
profissionais de saúde quanto pacientes, que o tratamento só terá
resultado se significar um esforço para toda a vida. De nada adiantarão
dietas ditas “milagrosas” que não se consegue manter por muito tempo e,
portanto, o peso volta quando se as abandona.
Para prescrever um tratamento é necessário avaliar cada caso
individualmente para que cada paciente possa fazer as necessárias
mudanças de estilo de vida. Mudanças para sempre. Há, portanto, muito a
ser considerado: as razões para querer a perda de peso; a atitude da
família com relação ao paciente; as tentativas anteriores; o
entendimento dos riscos e benefícios; o ambiente social; as condições
financeiras; a disponibilidade para a prática de atividade física.
A obesidade e o sobrepeso contribuem para o desencadeamento de outras
doenças crônicas (a própria obesidade é uma doença crônica): doenças
articulares, respiratórias, alguns tipos de câncer; problemas de pele e
de fertilidade e ainda o diabetes e as doenças cardiovasculares.
Uma equipe multidisciplinar deve avaliar os pacientes obesos e compor um
tratamento único, individualizado, que evidentemente combinará novos
hábitos alimentares e novos hábitos de vida podendo ou não vir
associados a medicamentos de prescrição médica e/ou procedimentos
coadjuvantes como o balão intragástrico ou, nos casos de obesidade
mórbida, a cirurgia bariátrica.
Quando você está acima do peso você tem que realizar um esforço extra
para as simples atividades diárias. Subir uma escada, por exemplo,
acelera seus batimentos cardíacos. A obesidade sobrecarrega seu
organismo, desgasta as articulações, aumenta a pressão arterial. E
predispõe ao sedentarismo, o que só agrava as condições anteriores,
criando um círculo vicioso. A gordura ruim que você consome se deposita
nos vasos sanguíneos dificultando a circulação do sangue podendo mesmo
obstruir veias e artérias... Resultado? Enfarte, embolias...
Uma doença tão complexa como a obesidade exigirá, para ser controlada,
uma também complexa mudança de estilo de vida. Por isso fica difícil
acreditar nas “soluções milagrosas” propostas pelo comércio antiético de
remédios e de métodos suspeitos, anunciadas na mídia e na Internet.
Salve a sua vida. Poupe o seu coração. Se você está obeso ou com
sobrepeso vá procurar um endocrinologista, um nutricionista, um clínico
ou mesmo o seu cardiologista e inicie um tratamento sério com uma equipe
séria.
Perder o excesso de peso significa prolongar a vida, viver com muito
mais saúde, viver muito melhor.
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Obesidade Aumenta em 60% Risco de Morte por Doença do Coração
Estudo
realizado pela Universidade de Glasgow, no Reino Unido, estabelece a
evidência de que a obesidade, isoladamente, aumenta em 60% o
risco de morte por doença do coração em homens.
A informação foi obtida após o acompanhamento de 6.082 participantes do
West of Scotland Coronary Prevention Study (WOSCOPS), com idade
média de 55 anos, observados por um período de 14 anos. O estudo
comparou grupos de diferentes faixas de Índice de Massa Corporal (IMC):
18,5-22,4; 22,5-24,9; 25,0-27,4; 27,5-29,9 e 30,0-39,9 kg/m2.
Durante o período de seguimento foram observados 1.027 eventos não
fatais e 214 eventos fatais. Os pacientes obesos (IMC
30,0-39,9kg/m2) apresentaram risco 60% maior de morte por doença
coronariana. A presença associada de outras doenças como hipertensão,
dislipidemia e tabagismo aumentaram esse risco para 75%.
O estudo (“Obesity
is associated with fatal coronary heart disease independently of
traditional risk factors and deprivation”)
conclui que a obesidade está associada a eventos coronarianos
fatais, aumentando os mesmos em 60%.
www.abeso.org.br/
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