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Coração de Mulher

por Prof.Dr. Nabil Ghorayeb

 

 

A PRIMEIRA BRASILEIRA NAS OLIMPÍADAS

 

Ela foi a primeira mulher sul americana a participar das Olimpíadas. Isso aconteceu nos Jogos de Los Angeles, em 1932. Mulheres só haviam sido admitidas nas competições olímpicas em 1912, e justamente na modalidade de Maria, a natação.


Maria Lenk se tornou um símbolo no esporte brasileiro e hoje dá nome a um parque aquático no Rio de Janeiro, construído especialmente para os Jogos Panamericanos de 2007.
 

Maria Emma Hulga Lenk Zigler nasceu em São Paulo em 15 de janeiro de 1915, seus pais, alemães, haviam chegado ao Brasil apenas 3 anos antes do nascimento dela.

Em 1931, com apenas 16 anos de idade, Maria participou da primeira competição feminina interestadual entre atletas cariocas e paulistas, no Rio de Janeiro e venceu. Em 10 de abril de 1932 aconteceu então o primeiro campeonato paulista de natação e neste mesmo ano Maria Lenk foi representar o Brasil nas Olimpíadas.
Nos anos de 1960, Maria foi a primeira mulher a fazer parte do Conselho Nacional de Desportos.

Defendeu sempre a liberação de todos os esportes para o sexo feminino, o que só aconteceu em 1975, quando ela já tinha 60 anos de idade.
Em 1988 entrou para o Hall da Fama da Federação Internacional de Natação e ganhou cinco medalhas, na categoria masters, no torneio internacional no Marrocos. Tinha então 73 anos de idade.

No ano de 2000 iniciou as pesquisas para o livro que publicaria em 2003: Longevidade e Esporte, coisa que ela entendia bem, pois até seus últimos dias de vida nadava 1500 metros por dia.
Maria Lenk morreu aos 92 anos, depois de exercitar-se na piscina do Clube de Regatas Flamengo, no Rio de Janeiro, por causa de uma parada respiratória, no dia 16 de abril de 2007.

 

 

As evidências científicas atuais mostram que também para a mulher existe uma relação importante entre a prática de atividade física, como corrida regular três a quatro vezes por semana, e uma diminuição do risco de doenças cardiovasculares e de câncer.

 

Desde o tempo dos antigos gregos e romanos, as mulheres foram mais admiradas por sua beleza do que pelas habilidades desportivas.

 

Apenas em 1912 ocorreu a primeira manifestação da mulher em Olimpíadas. Em 1928 ,onze atletas participaram de prova de 800m e só em 1969 participaram de uma maratona, a de Boston.

 

As diferenças biológicas entre as mulheres e os homens são conhecidas e algumas curiosas.

 

O coração da mulher é menor, sendo assim ejeta menos volume de sangue por minuto, por isso a pulsação tende a ser maior do que nos homens.

 

A mulher, por exemplo, tem 10% a mais de gordura corporal e entre 20 a 40% menos massa magra e menor força que dos homens.

 

Assim, os minutos dos recordes mundiais femininos nas corridas são maiores que os dos homens, dificilmente os igualarão. O mesmo ocorre em relação à capacidade pulmonar e ao crescimento fisiológico do chamado coração de atleta, muito maior no homem do que na mulher atleta, das mesmas modalidades.

 

Na doença, a manifestação de um problema cardiovascular na mulher é mais grave do que no homem, sabe-se que até o inicio da menopausa pelos 50 anos há predomínio dessas doenças no homem e depois as mulheres os superam.

 

Elas têm sintomas atípicos de doença cardíaca, além de diferente dos que aparecem nos homens o que pode confundir o diagnóstico exato de um quadro agudo como o infarto do miocárdio da mulher, pelos médicos. A anatomia das artérias coronárias que nutrem o coração, na mulher é de estrutura menor e mais fina, o que nas obstruções por placas de gordura, resultam em pior prognóstico.

 

O incrível é que as estatísticas americanas indicam que as 38% das mulheres morrem por doenças cardiovasculares e 22% de câncer. Em jovens hospitalizados por infarto, o risco de morte é maior nas mulheres.