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(Elizabeth da Baviera, por Franz Xaver Winterhalter)

 

 

 

 

Uma Agulha no Coração

memória de Isabel Fomm de Vasconcellos

 

 

É interessante essa nossa história de “agulhada no coração” – coloquei essa sensação no livro que estou escrevendo, na personagem Sol (que é baseada na Silvia Helena Soares), quando ela ouve, da boca de uma bruxa do bem, um episódio em Portugal, ocorrido em 1890: um pai entrega o filho, que teve com a esposa, para ser criado pela amante.

 

Sol sente então essa “agulhada” por supostamente já ter vivido essa história, numa outra vida.

 

Na vida, eu sentira essa mesma agulhada num sonho, em 2003, na casa da minha mãe, na praia. Reli outro dia o relato desse sonho: eu estava na nossa antiga casa da Rua Antonio das Chagas, no jardim, mas o jardim era no pátio do fundo e tinha inúmeras maravilhosas plantas das quais, naquele momento, eu não me lembrava. Acordei e senti a “agulhada” da dor, nunca assumida, da perda. Em 1968, aos 17 anos, perdi a casa e o meu Clube Castelo de uma só vez.

 

No livro da Sol, existe ausência de emoção em sua infância. Sua primeira emoção ocorre quando ela assiste o filme “Sissi” na televisão.

 

Para escrever melhor sobre isso, fui pesquisar a vida da Sissi verdadeira no Google, a imperatriz – Isabel Amália Eugénia da Baviera (em alemão: Elisabeth Amalie Eugenie von Bayern; Munique, 24 de dezembro de 1837 Genebra, 10 de setembro de 1898) – e descobri que ela morreu assassinada, quando um anarquista deu-lhe um encontrão numa rua de Genebra e enfiou-lhe um estilete muito fino no coração. Na hora, ela achou que não fosse nada e morreu pouco depois.

 

Coincidências não existem. Jung, o discípulo de Freud, falava em sincronicidade para classificar as suas “coincidências significativas”.

 

Sol e Sissi, a agulhada no coração dela, a minha perda e a agulhada no meu coração, a descoberta da emoção de Silvia e o filme da vida de Sissi, são apenas fios, que se entrelaçam, na teia da vida e na web das nossas máquinas.

 

 

 

Mara Beatriz Menegotto de Vasconcelos Adorei o texto. Essas agulhadas outras vezes fisgadas ou arrepios de coisas inexplicáveis sem dúvida despertam nossas indagações sobre nossa realidade.

 

Gláucia Kuhlmann Chohfi Nem precisava explicar tanto... Só de ler o preâmbulo, lembrei de minhas agulhadas no coração. Aliás, nesta noite tive um sonho, do qual, ao acordar pela manhã, me fez sentir exatamente isso. Mudança irreversível de algo que permanecerá para sempre no coração. Talvez um presságio para sua postagem... afinal, somos todas bruxas, não é?

 

Regina Pupo Amei, nunca tinha olhado as agulhadas no peito por esse prisma, bela narrativa

 

Cmte Edgard Baldo Acabei de ouvi-la coloquei no modo “Falar” muito bom tudo.

 

Lyzbheth Moura Leite Eu tenho uma paixão inexplicável pela Sissi. Estava em Viena, com minha filha, e tivemos a oportunidade de ver uma exposição sobre ela, bem específica, pois abordava o luto pela perda do filho. Percorremos todos os aposentos onde ela vivia e seus objetos pessoais e algumas roupas utilizadas nessa época. A cada passo sentíamos emoção "agulhada" no coração. Dizem que ela sofreu muito com a morte do filho.

 

Livros de Isabel Fomm de Vasconcellos, escritora Regina, Mara Beatriz, Gláucia querida, somos todas bruxas de fato. Todas as Mulheres São Bruxas. Mas como estamos ainda distantes de recuperar nosso poder na vida, na sociedade... Chegaremos lá. Hoje as jovens estão andando mais depressa, no sentido da evolução, do que andamos nós, as da minha geração. E esse é o nosso mês. Rosa, Das Bruxas, Das Professoras (es), Da NS Aparecida, Dos Médicos (AS).

 

Terezinha França O que se passou com a Sissi foi uma tragédia. Sua história deve ser muito boa. Vidas entrelaçadas.

 

Tania Lambiazzi Sampaio Quero ler

 

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