Protegendo as crianças do sol

Por Dr. Marcello Pedreira
 

 

Tarsila do Amaral, Sol Poente

 

anônimo?
 

 

 Na sombra? Errado. Cerca de 90% dos raios atravessam as nuvens e 50% atingem-nos até mesmo à sombra.




Uma pele perfeita, sem rugas ou manchas. Apesar de ser esse um sonho da maioria das pessoas, nem sempre é possível alcançá-lo com facilidade, pois problemas hormonais, excesso de melanina ou até mesmo reações a substâncias presentes em alimentos ou perfumes podem comprometer o tão desejado visual. O que se sabe é que, sejam quais forem os fatores que prejudiquem a pele, certamente serão agravados pela exposição ao sol.

Mas, em um país tropical como o Brasil, não podemos deixar de pensar no Sol, principalmente nos prazeres que você tira dele, como aquele fim de semana na praia ou esticada à beira da piscina, em busca de um bronzeado de dar inveja na segunda-feira. Infelizmente, porém, não dá para ignorar os tais riscos que um banho de sol exagerado pode trazer para sua pele e até mesmo para sua qualidade de vida. Por isso, os Dermatologistas são unânimes em afirmar que, se todos desenvolvessem o hábito simples de usar diariamente um fotoprotetor, tudo certamente seria mais fácil. Esse costume, que deveria ser obrigatório num país como o nosso, evitaria vários problemas futuros, pois quando as camadas mais profundas da pele são atingidas pelos raios solares, dificilmente as lesões desencadeadas desaparecerão por completo. É a velha história do prevenir é sempre melhor do que remediar. Prevenção, por sinal, é uma palavra de ordem e pode ser feita com algumas medidas bastante simples, como a utilização constante de um fotoprotetor, e evitar ao máximo a exposição ao sol entre às 10 e às 15 horas. Por outro lado, este é um fator que também preocupa.

Há vários anos, poucos fatores afetavam tanto a camada de ozônio de nosso planeta como nos dias de hoje. Poluição, queimadas, uso indiscriminado de aerossóis e outras substâncias químicas cada vez mais vêm deteriorando esta tão importante camada da atmosfera, responsável por filtrar grande parte das radiações solares prejudiciais á vida na Terra. Ora, se a camada de ozônio vem sendo cada vez mais agredida, formando-se verdadeiros “buracos” em determinadas regiões da Terra, fica claro que as radiações ultravioleta A e B vão chegar com muito mais força à sua pele. Entretanto, talvez o maior perigo seja o risco de nos atingirem radiações como as ultravioleta C, praticamente fatais, e outras cujo risco ainda não é totalmente conhecido. E onde nos protegeríamos desse perigo? Na sombra? Errado. Cerca de 90% dos raios atravessam as nuvens e 50% atingem-nos até mesmo à sombra.

Por enquanto, além de procurar colaborar para a preservação da camada de ozônio, o importante é que você se proteja da melhor maneira possível. Entre as radiações solares que nos atingem diariamente estão os raios UV-A e UV-B. Os raios UV-A incidem uniformemente durante todo o dia, representando cerca de 95% das radiações ultravioletas que atingem a nossa pele. Como têm grande capacidade de penetração, chegam até a derme, uma camada mais profunda da pele, sendo responsáveis, a médio e longo prazo, por ações altamente destrutivas, como o envelhecimento cutâneo, perda de elasticidade, manchas definitivas e até mesmo o câncer de pele. Já os raios UV-B incidem principalmente das 10 às 15 horas e provocam de início aquela vermelhidão da pele (também chamada de eritema solar), a qual pode evoluir para as tão indesejáveis queimaduras. Exposições mais prolongadas aos raios UV-B levam a uma destruição das células da pele, originando bolhas, descamação e até mesmo lesões que podem se tornar câncer. Contudo, as últimas análises vêm mostrando que os raios UV-A podem ser ainda mais perigosos que os UV-B, pois aumentariam muito as chances de câncer.

O Uso de Protetor durante os primeiros 18 anos de vida pode reduzir em até 78% o risco de câncer

 na idade adulta



Assim é que o uso regular de protetores solares, durante os primeiros 18 anos de vida, pode reduzir em até 78% o risco de câncer de pele na idade adulta. Quanto ao envelhecimento da pele, um bom argumento para que nunca se esqueça de usar diariamente um fotoprotetor é o fato de se poder preveni-lo. Apesar de começamos a envelhecer quando nascemos, produtos modernos e eficientes tornam cada vez mais possível adiar esse problema e garantir uma melhor qualidade de vida, mesmo com o passar dos anos.

Portanto, antes de escolher um fotoprotetor, converse com seu Dermatologista e peça para ele mesmo explique um pouco mais sobre os riscos dos raios UV-A e UV-B. Certamente, vocês chegarão juntos à conclusão de que o melhor a fazer é utilizar diariamente protetores que possuam filtros capazes de refletir, captar e dispersar as radiações UV-B e UV-A, protegendo tanto as camadas superficiais quanto as profundas da pele, protegendo ainda contra os raios infravermelhos, que além de aumentar os efeitos nocivos dos raios UV, são responsáveis por aquela incômoda sensação de calor após a exposição ao sol. Prefira também aqueles com maior facilidade de aplicação, que não deixem resíduos e que tenham uma fragrância agradável. Recentes lançamentos no mercado vêm alcançando estes objetivos, como por exemplo a inclusão não só de filtros imprescindíveis para a proteção solar diária, mas também de novos filtros solares com ações múltiplas (como é o caso do Tinosorb-M, presente em um recém-lançado fotoprotetor, que capta e dispersa mais intensamente as radiações ultravioleta A e B, protegendo todas as camadas da pele, combatendo inclusive a desagradável sensação de calor provocada pelos raios infravermelhos).