A
garagem poderia ainda abrigar os automóveis delas e o bairro se
desenvolvera – explicara a corretora que acompanhara a visita da família
ao local – depois da chegada do Rodoanel, cujo acesso ficava apenas a
2kms da casa. Os proprietários deixariam o barco que, desgastado pelo
tempo, com uma pequena reforma, poderia ficar em perfeito estado. Para ir à cidade, Melissa e Vanessa
teriam várias opções, sem um trânsito tão pesado. Poderiam atravessar a
represa de barco e estariam no bairro do Socorro, bastante próximo à
sede do Banco onde Melissa trabalhava. A escola onde Vanessa lecionava
também não estava tão distante, no Bairro do Brooklin.
Restava apenas questão da segurança. As famílias das duas mães não
gostaram nem um pouco da ideia de um casal de mulheres, com uma criança
pequena, morando num lugar tão aparentemente vulnerável. O marido de
Nani, porém, era segurança. Já trabalhara em condomínios de luxo, em
bancos, em grandes empresas e, com o advento da Pandemia, acabara
perdendo o emprego. Mais uma vez foi a babá quem sugeriu:
-- Aqui tem essa pequena casa, certamente para caseiros. Meu marido e eu
poderemos vir morar aqui, com vocês. Eu me encarrego de levar Cecília à
escola, quando esta reabrir. Romeu, meu esposo, vai gostar de morar aqui
e pode zelar pela segurança (ele tem até porte de arma – explicou) e
poderá também se encarregar de fazer desse gramado um belo jardim. Ele
gosta muito de plantas, temos muitos vasos no apartamento onde moramos
na cidade. Ele é quem cuida. Vai adorar ter um jardim só para ele
manter.
Menos de um mês depois, a família colocou o apartamento da Rebouças à
venda, fez um financiamento bancário e comprou a casa da represa.
Estavam todos muito animados, até a pequena Cecília que via dizendo que
agora iria “morar na praia”. Não era mar, mas o jardim da casa terminava
numa pequena praia, de areia de rio, às margens da represa. Para a
esquerda e para a direita da praia da casa, só barrancos, o que
proporcionava, ainda, maior segurança.
Mudaram-se.
Todos estavam contentes com a nova maneira de viver. À noite, silêncio
absoluto. De dia, pouco barulho, um ruído distante, um certo “zuummm”
que nada mais era do que o som da cidade, longe dali, que às vezes o
vento parecia trazer. Nos fins de semana algum movimento de barcos e
esportistas, mas nem tanto, já que os clubes à beira da represa estavam
todos localizados para além do que eles chamavam de “terceiro lago”,
mais próximos à barragem do Socorro. Eles viviam no “quarto lago”,
próximos à “entrada” do pequeno córrego que levava à cidade de
Embu-Guaçu e distantes o suficiente do Rodo Anel para que o movimento
desse não chegasse a incomodar.
Estavam lá havia mais de meio ano e nada da pandemia ir embora. Chegaram
as vacinas, mas, mesmo assim, o novo vírus sofria constantes mutações.
Já viviam a quarta mutação e ninguém poderia ter absoluta certeza da
imunidade. Todas as medidas de proteção continuavam valendo. Nesse 2021,
que já ia pela metade, ainda não havia previsão para que as mães
trocassem seus Home Offices pelo trabalho presencial e nem que a escola
do bairro, onde Cecília já estava matriculada, pudesse ter aulas
normais. Mesmo assim, a menina estudava on line e, rapidamente, tinha
dominado as letras, começando, inclusive, a ler livros infantis na
Internet e até livros físicos, como via frequentemente suas mães fazerem
em horas vagas, descansando nas redes do terraço da casa ou tomando sol
na prainha ou no jardim.
Romeu, conforme Nani previra, tinha trazido todas as suas plantas do
apartamento e, de manhã, saía andando pelo entorno e recolhendo mudas do
que restava da flora local. Até uma samambaia xaxim(espécie quase
extinta) ele conseguira trazer e plantou-a no jardim, em um espaço
aberto, para que ela pudesse crescer e se multiplicar. As muitas árvores
frutíferas, embora ainda pequenas, já atraíam muitos, muitos passarinhos
e seu canto, ao amanhecer, despertava as pessoas na casa.
Quando o barco ficou pronto, Romeu, que conseguira, num clube próximo,
fazer seu curso de mestre arraes e tirar a sua habilitação para pilotar
lanchas, começou a ir à Ilha, a maior ilha da represa, defronte ao Clube
de Campo São Paulo e na entrada do Terceiro Lago, e voltava de lá com
ainda mais mudas de plantas e árvores.
Naquele ano, o jardim crescera, o terraço era forrado por verdadeiras
cortinas de várias espécies de samambaias e havia uma cerca viva de
azaleias, separando o jardim e a casa da pequena praia, com apenas
alguns espaços para que pudessem passar de um lado a outro. Mesmo assim,
em Julho, na época da floração das azaleias, ao passar pela sebe, todos
acabavam com alguma flor enganchada nos cabelos.
Nada poderia ser melhor – julgavam as mães. A casa era linda e
aconchegante, Cecília parara de reclamar do barulho, estavam todos
felizes.
Nani cuidava da casa e de Cecília. Romeu zelava pela segurança e pelo
jardim. Tinham dois collies imensos, cães absolutamente carinhosos, mas
grandes o suficiente para espantar os xeretas. Os caseiros estavam
satisfeitos com sua nova condição: deixaram de pagar aluguel, moravam
num lugar belíssimo e tinham a segurança da gentileza e do afeto de suas
patroas. Além de gostarem tanto de Cecília que até estavam pensando em
ter os seus próprios filhos.
-- Seria ótimo! – exclamou Melissa quando Nani falou a ela sobre isso.
Mais crianças na casa, mais alegria!
Nos fins de semana, Romeu levava Cecília a passear no barco. Ela adorava
o vento no rosto, as gotinhas d’água subindo do casco, a esteira do
próprio barco que, da primeira vez em que reparou nela, exclamou: Parece
a cauda de um vestido de noiva!
Naquele domingo chegou em casa eufórica:
-- Hoje nós fomos a um lugar muito bonito chamado Castelo. O Romeu
ancorou no pontão, veio um sujeito e disse que ali era um clube
particular, mas o Romeu pediu se a gente podia dar uma volta por lá, que
eu queria conhecer! Nossa! Subimos da praia por uma rampa cercada por
árvores, uma subidinha à toa, e lá em cima tem um Castelo de verdade! É
lindo! Nós entramos, uma moça simpática, chamada Susana, levou a gente
por uma escadinha até a torre do tal Castelo! De lá de cima, é uma
salinha redonda com sacadas e muitas janelas, a gente vê tudo em volta,
a represa, o montão de árvores, as piscinas, as quadras e um gramado
enorme! É lindo! Um Castelo de verdade!
Vanessa riu:
-- Sim, é o Clube de Campo do Castelo. Eu conheço. É lindo mesmo. Levei
uns alunos lá, num dia de semana, para que escolhessem seus temas para
telas de pintura. E existe desde 1959, mais de 60 anos!
Melissa perguntou:
-- Quem será que teve a ideia de construir um Castelo em 1959?
-- Nada – respondeu Vanessa – O Castelo foi construído muito antes, em
1910 eu acho, para ser a residência de um austríaco, ou alemão, que veio
para o Brasil dirigir a Cervejaria Brahma, que hoje é a AMBEV.
-- Mas o mais legal – interrompeu a menina, antes que sua Mãe Dois se
pusesse a contar uma história chata, de coisas muito antigas – é que eu
arrumei uma amiguinha!
-- É mesmo? E qual é o nome dela?
-- É Boudicca.
-- Nossa, que nome estranho! – disse Melissa.
-- Ela é uma coruja – respondeu Cecília.
-- Como assim, uma coruja? – perguntou Vanessa.
-- Uma coruja de verdade! – disse a menina – Ela mora lá, no Castelo. Lá
também tem gansos, patos, galinhas D’Angola. Isso sem falar no montão
assim de passarinhos. Todos moram lá e essa tal de Susana, que é
presidente do clube, cuida de todos os bichos. Sabe, eu nunca tinha
visto uma coruja de verdade. Só em filmes, no celular, essas coisas.
Fiquei um tempão, na grama, perto do praia, com ela, enquanto o Romeu
foi tomar uma cerveja no bar do que eles chamam “Náutica”.
As mães riram.
-- E ela falou com você, a coruja!
-- Que besteira, Mãe Um! Todo mundo sabe que corujas não falam.
-- Se ela não falou – disse Melissa – como é que você ficou sabendo que
o nome dela é Boud... Boud o que mesmo?
-- Bou-dic-ca! – disse Cecília, meio irritada – Eu só olhava pra ela e
ia ouvindo, dentro da minha cabeça, o que ela dizia. Me contou que seu
nome é Boudicca por causa de uma tal de Rainha Vermelha, uma que viveu
aqui na Terra muito antes da gente, ela falou uns dois mil anos antes.
Essa Boudicca, a rainha, se meteu num guerra com os padres e, no começo,
seu exército venceu muitas batalhas, mas, depois, ela acabou sendo morta
pelos padres, por isso é que a gente não pode acreditar totalmente nos
padres, disse a Boudicca (a coruja, não a rainha) porque nem todos eles
são legais como dizem.
-- E como é que essa coruja sabia tudo isso? – perguntou Vanessa.
-- Ah, é lógico! Ela me contou que já foi passarinho, foi garça também
e, agora, que é velha e sábia, está nascendo várias vezes como coruja.
Ela viveu no tempo da tal Rainha Vermelha, mas era só um pássaro de
peito amarelo. Até me mostrou umas penas amarelas que tem no corpo, no
peito, ela disse que são lembranças das outras vidas que ela já teve.
Remini... remini... alguma coisa.
-- Reminiscências – disse Vanessa.
-- É isso aí, Mãe Dois – respondeu Cecília, já bocejando – Acho que vou
dormir. Tive um dia estafante!
As mães riram. Estafante... que palavra para uma menininha!
Quando Cecília se afastou, Vanessa riu:
-- Melissa, você vivia dizendo isso quando chegava do Banco. “Tive um
dia estafante!” – e caiu na risada.
Chamaram o Romeu e perguntaram a ele se Cecília estivera perto de alguma
coruja.
-- Ah, sim! – respondeu ele – Mas eu não tirei o olho dela, estavam
pertinho de mim, ela e a coruja. Eu fiquei com medo que a menina mexesse
com o bicho e ele a bicasse. Mas logo o barman lá do Castelo me
tranquilizou. Disse que a coruja era mansinha, nascera ali mesmo, no
clube e que a dona Susana sempre mimara ela, fôra criada com carinho,
não era agressiva. Contou ainda que, à vezes, ela e uma gatinha que vive
lá na Náutica também vão atrás o mesmo rato... Ele falou que é
engraçado, mas que todos os bichos lá do Castelo vivem bem uns com os
outros. O nome da gata também é estranho... É Lucrécia. Ele contou que
essa gata é velhíssima, que já viveu muito mais tempo do que vivem os
gatos. Dizem que uma sócia antiga do clube é que deu o nome de Lucrécia
a ela. Ele falou que todos têm medo dessa gata, porque ela é um
mistério. Vivia enroscada com essa sócia, sempre que a mulher estava no
clube, a gata não saía do lado dela. Um dia, a gata desapareceu. A tal
sócia ficou desesperada, procurou ela por toda a parte. Ela só voltou
anos depois, a sócia nem estava mais lá.
-- Bobagem – respondeu Melissa – É claro que deve ser outra gata.
-- Não, patroa – respondeu Romeu – O barman jura que é a mesma porque
ela tem ainda, em volta do pescoço, a tal coleirinha de pérolas que a
sócia tinha botado nela; ele disse que os marinheiros morrem de medo
dela, pensam que ela é o fantasma da verdadeira Lucrécia.
--Boudicca e Lucrécia – riu Vanessa. – Será que tem algum outro bicho lá
chamado Brutus?
-- Não sei, não – disse Romeu, ignorando a piada.
Depois do jantar, Vanessa entrou no Google e teclou: Boudicca. Ficou
sabendo então que Boudicca fôra uma rainha celta que, no ano de 61 DC,
liderou seu povo contra os romanos, que haviam desrespeitado um tratado
feito com seu marido, já morto, e que assegurava a não-agressão entre
eles. Isso acontecera durante o reinado romano do Imperador Nero.
Sem dúvida, Cecília deve ter tido conhecimento dessa história em algum
filme que assistiu, algum livro que leu—pensou -- Mas que sua filha
tinha uma imaginação poderosa, disso ela não tinha dúvidas.
A imaginação de Cecília, porém, tinha muito menos limites do que
poderiam acreditar as suas mães.
No dia seguinte Nani veio dizer que Ceci estava sentada debaixo das
azaleias e que havia um bem-te-vi de peito amarelo pousado no ombro
dela.
-- Faz um tempão que ele está ali, no ombro dela. Nunca vi um passarinho
ficar tanto tempo assim pousado no ombro de alguém. Essa menina tem uma
ligação especial com os bichos, é incrível.
À noite, na mesa do jantar, Vanessa disse:
-- A Nani viu você com seu novo amiguinho essa tarde.
-- Qual deles? – perguntou a menina – O pardal ou o bem-te-vi?
-- O Bem-te-vi.
-- Ah, ele é um velho amigo da Boudicca, a coruja do Castelo. Ele disse
que é neto dela.
As mães riram.
--Como pode um pássaro ser neto de uma coruja?
-- Não sei – respondeu Ceci – Ele é que me falou. Disse que a avó dele é
uma grande sábia, que vive mais de 25 anos terrestres e, quando morre,
nasce de novo, nas últimas vezes, sempre coruja. Mas como ela já foi
passarinho, deve ser por isso que é avó dele.
-- É. Pode ser. – respondeu Melissa – E o que mais ele te contou?
-- Falou que o mundo é muito mais bonito, visto do céu. Ele nem pode
voar tão alto quanto gostaria, nem ir tão alto quanto um avião. Da vez
que vocês me levaram no avião, eu também achei bonito, vendo lá de cima.
-- Você se lembra? – perguntou Melissa – Você só tinha 3 anos, faz
tempo.
-- Eu me lembro de tudo. Desde que nasci.
-- Ninguém se lembra, Ceci. Todo mundo só se lembra das coisas que viveu
depois de 3, 4 anos de idade. – disse Vanessa.
-- Eu me lembro! – exclamou a menina –Me lembro até do dia em que nasci.
-- É mesmo? – perguntou Melissa – E o que você se lembra?
-- Me lembro de ter saído de dentro do seu corpo, Mãe Um. Me lembro que
fiquei assustada quando um homem mascarado, todo vestido de azul, me
pegou e foi logo me dando um tapa nas costas. Foi horrível! Ainda bem
que, logo em seguida, ele me levou até você e eu me encolhi toda,
morrendo de medo de que ele me pegasse de novo! Mas , por sorte, você me
deu o seu leite e depois eu não me lembro mais o que aconteceu. Sei que
fiquei pensando aonde eu tinha vindo dessa vez. E que, depois, fiquei
contente porque logo percebi que tinha duas mães bem carinhosas e que
não me deixariam sofrer como eu tinha sofrido antes.
As mães se entreolharam, meio assustadas.
-- E onde foi que você sofreu? – perguntou Melissa.
-- Ah... disso eu não me lembro. Só sei que tinha vindo de algum lugar
onde eu era muito maltratada, mas não sei que lugar é esse.
-- Você pensa sempre nessas coisas? – perguntou Melissa.
-- Que coisas?
-- Nessa lembranças que você tem... de outro lugar?
-- Não penso nunca. Hoje foram vocês que perguntaram.
-- Desculpe-nos – disse Vanessa – Tem certas coisas que é melhor
esquecer mesmo.
-- Ah, não tem importância, não. Eu me esqueço tudo que é ruim bem
depressa. Esqueço até do Tico e do Teco.
-- Você não gosta dos nossos Collies? Justo você que gosta de tantos
bichos. O que há de errado com os nossos cães? – perguntou Melissa.
-- Fico sempre longe deles – respondeu Ceci – Eles são maus. Se puderem,
comem os passarinhos.
-- Eles comem ração – respondeu Melissa.
-- Pois é – disse Ceci – Deve ser por isso que não comem a gente.
-- Cães não comem pessoas – disse Vanessa.
-- Não estou falando de gente, falei dos passarinhos.
-- Mas você disse “eles não comem a gente”. – disse Melissa.
-- Isso. Eles não comem os passarinhos, mas eu sei que, se pudessem iam
comer, sim.
-- Você é um passarinho? Você falou “a gente”... – riu Vanessa.
-- Isso – respondeu a menina – A gente, os passarinhos.
-- Você é um passarinho, então? – perguntou Vanessa.
-- Claro. Sempre fui. Só agora é que eu nasci assim, uma pessoa. Antes,
sempre fui passarinho. Não gosto de cachorros, muito menos de gatos.
Eles comem a gente. Mas a Boudicca, a coruja lá do Castelo, ela me
contou que lá tem uma gata que não come nada e, por isso, eu não preciso
ter medo dela. É a tal da Lu... Lu alguma coisa.
-- Lucrécia? – perguntou Vanessa.
-- Como você sabe, Mãe Dois? – disse Ceci.
-- O Romeu disse que o barman do clube falou dela.
-- Então... ela não come nada. – afirmou a menina.
-- Como
assim? Não come nada? – perguntou Melissa.
-- Porque ela é uma gata fantasma. Fantasmas não precisam comer. Ela até
corre trás dos ratos, mas deve ser por um hábito antigo.
As mães se entreolharam:
-- O Romeu deve ter contado a ela – disse Melissa.
Ceci caiu na risada.
-- Ah, o Romeu não me conta nada. Ele pensa que eu sou uma criança e que
todas as crianças são bobas, não entendem nada, ele não sabe que eu
entendo sim.
-- E como entende!—riu Melissa.
Depois de seu sétimo aniversário, Cecília nunca mais falou que
conversava com as aves, nunca mais fez uma referência sequer a Boudicca,
ao bem-te-vi de peito amarelo, nunca mais reclamou do barulho. Parecia
que tudo aquilo jamais acontecera.
Certa tarde, observando a menina que brincava com os cães, como nunca
brincara antes, na grama do jardim, Vanessa disse à Melissa:
-- Parece que agora ela se esqueceu das fantasias.
-- Está na idade de esquecer – respondeu secamente Melissa.
-- Graças a Deus! – suspirou Vanessa.
No entanto, embora Cecília não percebesse, todos os passarinhos do
jardim estavam sempre voando por perto dela.
2021 setembro, 02
* Nas aves, a audição é altamente desenvolvida, captando
e interpretando frequências entre 35 e 9.000 Hz, chegando a distinguir
amplitudes sonoras melhor que os humanos, devido uma quantidade dez
vezes superior de células ciliadas por unidade de comprimento coclear do
que a encontrada nos mamíferos. (fonte: Unama)
|