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2016: Ainda Cinderela?

por Dra. June Melles Megre

 

 

 

Bouguereau 1899 Moça com Limões

 

A condição social e cultural das mulheres, em todo o planeta, é uma condição de inferioridade e de submissão. Para falar apenas das mulheres ocidentais, a despeito de várias conquistas sociais de grupos de mulheres organizadas (sim, porque nenhum homem nos deu nenhuma lei ou avanço social de bandeja, todos os nossos progressos foram conquistados com luta social, trabalho político e muita conversa...) ainda vivenciamos velhas situações e velhos mitos.


Hoje podemos estudar, trabalhar, ter nosso próprio dinheiro, nossos bens. Podemos votar. Podemos nos divorciar sem perder a guarda dos nossos filhos. Podemos fazer sexo fora do casamento. Mas todas essas são conquistas recentes no mundo.
No oriente, nos países árabes, na África, por exemplo, muitas mulheres ainda são impedidas de estudar, de trabalhar, de votar, de escolher seu próprio destino e de exercer a sua sexualidade.
 

Muitas mulheres, em nosso meio, vivem alheias à verdadeira condição de suas irmãs em todo o mundo.
Muitas mulheres vivem como se já tivessem conquistado a igualdade de gênero, iludidas pelas conquistas legais, muito diferentes do que ocorre na realidade, onde antigos costumes falam mais alto que novas leis.
E muitas mulheres ainda vivem como suas avós, dependentes da presença de um macho em suas vidas, dependentes econômica e afetivamente de companheiros que, muitas vezes, as traem abertamente, outras vezes as agridem, física e moralmente.
 

É preciso que nós, mulheres privilegiadas pelos direitos conquistados pelas lutas femininas e feministas, comecemos a prestar atenção no que acontece com as outras mulheres no planeta. Se não por solidariedade, que seja então em causa própria. Porque o preconceito parece avançar e a imagem da mulher, retroceder. Existe um claro avanço do machismo, presente em religiões e crenças, presente em organizações de direita com ares nazistas e fascistas.
 

É lamentável que isso ocorra em pleno século XXI. Mas está ocorrendo.
Para garantir a nossa saúde mental, precisamos nos posicionar política e socialmente no mundo.
Precisamos esquecer o nosso complexo de Cinderela, sempre vivendo a espera e em função de príncipes que viram sapos.
Feliz 2016!

 

Stela Maris Grespan

5 de janeiro às 12:23

 

Bom dia. Dra. June quer acordar as mulheres adormecidas. Fica muito patente que muitas ou não se libertaram e até condenam tantas manifestações ou estão satisfeitas com sua condição ou acham que já têm o bastante. Luta por igualdade.