Preparando Corpo e Mente para a Gravidez

por Dr. Artur Dzik

Adiando cada vez mais a primeira gestação, as mulheres modernas querem realizar muitas coisas antes de poder se dedicar ao primeiro (e outros) filho (s). No entanto, já amplamente divulgado pela mídia, se por um lado é muito bom deixar para ter filhos depois de completar sua educação, firmar-se na carreira e ter uma vida economicamente mais estável, por outro, é a natureza quem alerta; a idade biológica ideal para a maternidade está na faixa dos 18 aos 25 anos.

 

Por isso a maior parte das mulheres que deixou a primeira gravidez para mais tarde, sempre sente um friozinho na barriga quando decide interromper o método anticoncepcional que esteve usando e esperar que o famoso esperma mais espero atinja seu melhor óvulo e ela, afinal, se prepare para esperar o herdeiro.

Friozinho na barriga = ansiedade. Uma das grandes inimigas da possibilidade de engravidar.

(Quantas mulheres mais velhas você conhece que tentaram e tentaram engravidar, mesmo usando os modernos recursos da Reprodução Assistida, não conseguiram, acabaram por desistir e adotaram. Depois da adoção, engravidaram... por que? Porque não havia mais ansiedade...)

 

No entanto, não são apenas a idade e os fatores emocionais que podem interferir no sucesso dessa empreitada.

Você poderá se livrar da ansiedade se começar a preparar o seu corpo para a gravidez. Como assim? Assim: livrar-se de qualquer fator que possa a vir prejudicar sua tentativa, adquirir hábitos de vida (principalmente alimentares) que proporcionem uma maior chance de sucesso:

 

1. Vá para o ginecologista e faça um check up completo.

 

2. Certos medicamentos, caso você faça uso deles, devem ser afastados, como alguns anti inflamatórios usados para desde a simples dor de cabeça até dores musculares e articulares; remédios para acne também devem ser abandonados.

 

3. O médico precisa analisar o estilo de vida do casal. Quem tiver massa corporal superior a 30 (IMC: o peso dividido pelo quadrado da altura em cm) precisa visitar um nutricionista para começar a mudar os hábitos alimentares. (Estudos já mostraram que quem reduziu o consumo de massas, frituras, doces, carnes vermelhas e álcool, no tratamento de fertilização assistida, tiveram duas vezes mais chances de engravidar do que os casais que não o fizeram).

 

4. Por outro lado, dietas malucas e pessoas que “vivem de dieta” também precisam do auxílio de um profissional para balancear a alimentação e aumentar as chances de engravidar.

 

5. É preciso avaliar também a situação emocional e o nível de estresse ao qual o casal é cotidianamente submetido e procurar, se necessário, minimizar esse estresse, seja eliminado situações estressantes ou, quando impossível, dedicando-se a uma atividade física gratificante, esporte ou até mesmo caminhadas regulares. Práticas de relaxamento, yoga, massagens também podem ajudar. Não desprezem, se acharem necessário, a visita regular a um terapeuta, psicólogo ou psiquiatra.

 

6. Cheque a carteira de vacinação. Infecções podem trazer consequências inesperadas e as vacinas contra tétano, rubéola, hepatite, devem estar em dia, antes da gravidez.

 

7. É preciso abandonar o fumo, o álcool e as drogas. Estudos já demonstraram que a quantidade de drinques que uma mulher consome diariamente é inversamente proporcional à chance que ela tem de engravidar. Já a maconha pode prejudicar a corrida do nosso espermatozoide atleta.

 

8. Seu médico ainda orientará ainda quanto ao consumo de alimentos funcionais e a suplementação de ácido fólico, que deve se iniciar pelo menos 3 meses antes da gravidez.

 

9. Por fim, se você fazia uso de anticoncepcionais saiba que basta interromper a tomada para voltar a estar fértil; porém, no caso de alguns injetáveis, é preciso esperar um tempo (que varia de medicamento para medicamento) para estar novamente ovulando.

 
 

Artemisia Gentileschi, casal, sec.XVII

 

 

 

Tomando esses cuidados não apenas suas chances serão muito maiores para engravidar, ter uma gestação mais tranquila e gerar um maravilhoso bebê saudável, mas também o próprio casal terá melhorada a sua qualidade de vida, o seu bem estar, contribuindo assim para proporcionar ao bebê que vem aí muito mais chances de ser feliz..

 

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