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Esporte e Sexo durante a Menstruação

Profa. Dra. Albertina Duarte                        

 

 

 

Nada impede que se pratiquem os esportes que já fazem parte do cotidiano. Depende de você, amiga, do que sente e deseja. O mesmo ocorre com as relações sexuais.

 

Menstruação nunca impediu as atividades de atletas campeãs que treinam, em média, seis horas por dia. “Nunca tive problema de cólica menstrual e, pelo que sei, quem pratica esporte com regularidade não costuma passar por esse tipo de transtorno.” – afirmou uma campeã do nosso vôlei.

 

Concordo e explico: simples hábito. Para quem pratica esportes desde menina, todos os dias do mês. Somente a quem não está acostumada se desaconselha iniciar nesses dias novas atividades, como nadar, correr, fazer ginástica; elas poderiam agredir o corpo.

 

Porém, nada impede que se pratiquem os esportes que já fazem parte do cotidiano. Depende de você, amiga, do que sente e deseja.

 

O mesmo ocorre com as relações sexuais. Embora um grande número de mulheres — e homens — evite o sexo nesses dias, existem muitos que até o preferem, porque o risco de gravidez é praticamente nulo. O mecanismo dessa “esterilidade menstruai” de todos os meses envolve complexas modificações hormonais e explica o próprio ciclo menstrual. Venha desvendá-lo de forma simples e clara:

• mensalmente o hipotálamo, região cerebral que controla a produção de todos os hormônios do corpo, manda certas mensagens à glândula hipófise, situada na base do cérebro;

 

•        o hormônio produzido pela pituitária, chamado folículo estimulante — FSH, estimula os ovários. Estes começam a secretar estrógenos e inibirá, hormônios que diminuirão a influência do FSH;

 

•        os estrógenos ajudam os óvulos contidos nos folículos “bolsas” do ovário — a amadurecer. Enquanto isso, outro hormônio produzido pela hipófise, o luteinizante - LH, - aumenta sua influência, atingindo o pico em torno do 14° dia. E quando ocorre a ovulação;

 

•        no momento em que um óvulo maduro é liberado, a trompa o capta e ele inicia sua viagem rumo ao útero. No caminho, se fertilizado por um espermatozoide, transforma-se em ovo e, nessa qualidade, segue seu destino para o útero;

 

•        o folículo, depois de induzido pelos estrógenos e o LH a liberar seu óvulo, torna-se uma formação sangrenta, chamada corpo lúteo, e começa a secretar outro hormônio, a progesterona;

 

•        a combinação de estrógenos e progesterona inibe o LH e provoca o crescimento do endométrio, a mucosa que reveste as paredes internas do útero. Esses novos tecidos, bastante irrigados de sangue, constituem o “ninho” que receberá e dará nutrição ao ovo;

 

•        no momento em que o óvulo é fertilizado, ele próprio produz outro hormônio, a gonadotrofina coriônica, que impede a morte do corpo lúteo. Assim, os níveis de progesterona e estrógenos não somente se mantêm mas também aumentam; e,

 se o óvulo não for fertilizado, o folículo morre. Com isso o nível de progesterona cai e deixa de “segurar” os tecidos no endométrio. Pouco a pouco, ele se desprende: é a menstruação.

 

Fica patente, portanto, que praticamente não há possibilidade de engravidar durante a menstruação. O sangue desprendido torna inviável o alinhamento de um ovo, mesmo que, se por alguma disfunção o ovário, libere um óvulo fora de hora e este seja fertilizado.