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DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (DST) antigamente chamadas Doenças Venéreas, por causa da deusa Vênus
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PARTE 2 por DRA. ALBERTINA DUARTE |
parte 2: causadas por BACTÉRIAS
SÍFILIS (lues, mal-de-franga, mal-de-são-jó, mal-de-coito, mal-de-são-semento) • Agente causador: bactéria Treponema pallidum. • Formas de contágio: principalmente por relação sexual (genital ou oral) com parceiros infectados. Mas pode ser adquirida por meio de transfusão de sangue e pelo uso de toalhas ou de roupas íntimas contaminadas. Outra via de transfusão é a placenta; gestantes sifilíticas passam a doença para os fetos — é a sífilis congênita. • Sintomas: de acordo com o estágio, os sintomas da infecção variam: ✓ primária: 2 a 3 semanas após a infecção, surge, na região genital onde o microrganismo penetrou, uma pequena lesão avermelhada, com bordas endurecidas — é o cancro duro. Não dói e dura no máximo um mês; ✓ secundária: manifesta-se, de 4 a 8 semanas após o desaparecimento do cancro duro, no corpo inteiro, inclusive nos genitais, na boca, na palma das mãos e na planta dos pés, por meio de placas avermelhadas que lembram urticária. Outros sintomas prováveis: os gânglios das virilhas, das axilas e do pescoço incham, endurecendo; rouquidão; queda de cabelos, supercílios, barba e bigode; febre, dores em geral e nas articulações; ✓ terciária: exprime-se de 2 a 20 anos após o início da moléstia. E caracteriza-se pelo aparecimento de tumores na pele, de consistência mole, que eliminam uma secreção amarelada e espessa ao se romperem. |
Botticelli, Nascimento de Vênus
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• Complicações: em geral, os sintomas da sífilis primária e secundária desaparecem mesmo sem tratamento. E aí está sua gravidade: se não tratada de modo adequado, a doença evolui silenciosamente de uma fase à outra até chegar ao estágio terciário. Nesse ponto, devido à lesão de órgãos internos pela sífilis, o paciente pode ter problemas cardiovasculares, oftalmológicos, incapacitação física geral ou parcial e demência. Quanto à sífilis congênita, em geral acarreta a morte do feto. Se sobreviver, a criança nasce com graves lesões cutâneas, ósseas, oculares, auditivas ou cerebrais, que podem levar à invalidez permanente ou morte ainda na infância. Atenção: • A sífilis adquirida na gravidez não causa problemas para o bebê se for tratada até o 4o mês de gestação. Por isso são tão importantes os exames nos primeiros três meses de gestação. • A mulher que teve sífilis e foi tratada poderá ter filhos normalmente. CANCRO MOLE (cancroide, cancro venéreo simples) • Agente causador: bactéria Hemophilus ducreyi. • Formas de contágio: sempre adquirido através de relações sexuais, é mais comum em homens. • Sintomas: 2 a 5 dias após a contaminação, aparecem no pênis e na vagina pequenas feridinhas. Em seguida, surgem ínguas volumosas e dolorosas nas virilhas, que eliminam uma secreção purulenta ao romper. • Complicações: no início, causa apenas desconforto no ato sexual. Mas a demora na busca de tratamento pode deixar cicatrizes permanentes que, dependendo da extensão e da localização, prejudicarão seriamente a atividade sexual futura. DONOVANOSE (granuloma venéreo inguinal, granuloma ulceroso, granuloma pudendo) • Agente causador: bactéria Calymmatobaterium granulomatis. • Formas de contágio: incide mais nos homens, que a contraem por ato sexual. A mulher em geral é portadora sã, ou seja, tem o germe e o transmite, mas não apresenta os sintomas. O mesmo sucede com o cancro mole e a gonorreia. • Sintomas: lesões ulceradas, com bordas irregulares, acometem em geral os genitais externos, as virilhas, o ânus e, com menos freqüência, as nádegas e o tronco, depois de 8 a 30 dias de incubação. As úlceras progridem com lentidão, evoluindo durante anos. • Complicações: o tratamento tardio causa deformações graves e irreversíveis nas regiões atingidas. GONORRÉIA (blenorragia, esquentamento, pingadeira, fogagem, estrela matutina, purgação) • A gente causador: bactéria Neisseria gonorrhoae. • Formas de contágio: basicamente por contato sexual com pessoa infectada. A transmissão por meio de roupas íntimas, cama, toalhas, vasos sanitários e outros objetos pode ser responsável, em alguns casos, pela contaminação de crianças, mas é rara em adultos, devido à baixa resistência da bactéria fora do organismo. A gestante infectada pode transmitir a doença ao bebê na hora do parto. • Sintomas: o mais comum é aparecer no genital masculino de 2 a 7 dias após o contágio. Manifesta-se com corrimento esverdeado, micção dolorosa, acompanhada de ardor (“queimação”) - A mulher pode apresentar as mesmas alterações, porém usualmente é assintomática no início. Nesses casos, somente perceberá que adoeceu quando a bactéria já inflamou ovários e trompas, provocando dores no baixo-ventre, cólicas e febre. • Outras formas de gonorreia que atingem ambos os sexos: ✓ faringiana: costuma ser assintomática e relacionada ao coito oral. ✓ anorretal: normalmente é assintomática, causando queimação no ânus e coceira. E adquirida pelo sexo anal, ou, comumente, pela auto-inoculação: a paciente infectada transporta acidentalmente sua secreção genital para o ânus. ✓ oftalmológica: em geral, a paciente já contaminada leva as mãos aos olhos, causando uma forma grave de conjuntivite, que compromete toda a córnea. ✓ Sintoma principal: secreção amarelo-esverdeada. • Complicações: tratada inadequadamente, a gonorréia pode espalhar-se para outras áreas do aparelho genital, podendo causar a infertilidade masculina e feminina. O bebê da gestante com gonorreia poderá ter uma séria infecção no globo ocular, que em muitos casos leva à cegueira total ou parcial. Por isso, como medida preventiva, todo recém-nascido recebe algumas gotinhas de nitrato de prata, logo após o parto. SALMONELOSE • Agente causador: bactéria Salmonela sp. (há mais de mil espécies desse germe patogênico, que tem como habitat preferido o intestino). • Formas de contágio: a transmissão principal é a fecal- oral, isto é, o contágio se processa por meio de água e alimentos contaminados. Práticas sexuais onde há possibilidade de a boca entrar em contato com fezes — como no coito oral após o coito anal — ou contato direto boca ânus podem transmitir a doença, desde que o parceiro esteja infectado. • Sintomas: o mais comum é febre seguida de diarreia com um muco semelhante ao catarro. Quando, porém, a contaminação é pela bactéria Salmonela typhii, surge a febre tifoide, que provoca aumento do baço e do fígado, bem como alteração do estado mental. • Complicações: não há tratamento específico para as salmoneloses em geral, mas felizmente a doença costuma sarar em dois ou três dias. O único perigo, embora raro, é a bactéria passar do intestino para o sangue, criando no organismo vários focos de infecção — a septicemia. A complicação está associada à deficiência do sistema imunológico e desnutrição. Já a febre tifoide, se não tratada com antibiótico adequado, pode ser fatal para desnutridos. SHIGUELOSE • Agente causador: bactéria Shighella sp. (há quatro espécies). • Formas de contágio: idênticas às da salmonelose. • Sintomas: costuma dar disenteria. As fezes tornam-se líquidas, contendo também muco e sangue. Em alguns casos, ocorre apenas diarreia. • Complicações: na falta de medicação correta, o problema persiste, causando cólicas intensas e desidratação. Excepcionalmente, a bactéria atinge o sangue, ENTERITE E ENTEROCOLITE • Agente causador: bactéria Campylobacter sp. (há mais de mil espécies desse germe patogênico, que tem como habitat preferido o intestino). • Formas de contágio: idênticas às da salmonelose. • Sintomas: com 3 a 7 dias de incubação, ocorre forte diarreia que muda de característica conforme a área afetada pelo germe. Quando a inflamação é apenas do intestino delgado — enterite —, a paciente consegue segurar a evacuação por algum tempo, apesar de as fezes se tornarem volumosas e aquosas. Se a inflamação atingir também o intestino grosso — enterocolite —, a pessoa sente súbita vontade de evacuar e precisa ir com urgência ao banheiro. • Complicações: desidratação e enfraquecimento progressivo, decorrentes da ausência de tratamento. VAGINITE • Agente causador: bactéria Garnerella vaginaliSy também conhecida por Hemophilus vaginalis. • Formas de contágio: a principal forma é o contato sexual. Excepcionalmente ocorre por meio de roupas íntimas e de toalhas contaminadas. Esta bactéria tem preferência pelo genital feminino, sendo rara no homem; neste caso, provoca uretrite, inflamação do canal excretor de urina, a uretra. • Sintomas: ao parasitar a pele da vulva e da vagina, a bactéria avermelha os locais e dá coceira. Em seguida vem um corrimento esbranquiçado ou acinzentado, de mau cheiro, pouco abundante, pegajoso, lembrando uma pasta farinhenta, geralmente, a afecção provoca dor ao urinar e nas relações sexuais. No homem, há apenas “queimação” durante a micção. • Complicações: torna o cotidiano muito desconfortável. |