A mídia tem falado bastante sobre a prevenção dos males que o Zika vírus pode causar aos fetos. Por isso também mulheres grávidas estão hoje bastante preocupadas, e com razão. Por enquanto, o que se sabe de positivo é que existe uma relação entre o aumento de casos de microcefalia em bebês nascidos no nordeste do nosso país e a contaminação de suas mães, ainda grávidas, pelo Zika Vírus.

No mês de julho de 2015 o RSI Brasil (Regulamento Sanitário Internacional) relatou casos de síndromes neurológicas no estado da Bahia. Foram 75 casos, incluindo a Síndrome de Guillain-Barré (SGB), que causa uma paralisia reversível. Em outubro, o RSI notificava o crescimento anormal de casos de microcefalia no estado de Pernambuco. No final do mês de novembro foram relatados 1248 casos de microcefalia (com 7 mortes) em 14 estados brasileiros. Precisa falar mais alguma coisa?

Em entrevista coletiva , o secretário Estadual da Saúde de São Paulo que, por coincidência é um famoso médico infectologista, o Dr. David Uip afirmou que o Zika Virus vai, sim, chegar à São Paulo (e ao sul do país, podemos imaginar).

Se o Brasil tivesse levado mais a sério a ameaça do Aedes aegypti, o famoso mosquito da Dengue, talvez não estivéssemos agora diante de consequências bem mais sérias por esses “novos” vírus transmitidos pelo mesmo mosquito. Como esclarecimento, reproduzo aqui nessa página um quadro elaborado pelo Hospital Sâo Luiz Morumbi que mostra a diferença entre os sintomas de Dengue, Chikungunya e Zika, causadas pela picada do mosquito.

Grande ameaça para as grávidas, por causar problemas irreversíveis aos fetos, principalmente nas 20 primeiras semanas da gestação, a única forma de evitar é a prevenção.

Para manter longe o mosquito vilão, todo brasileiro certamente já sabe o que fazer, basicamente: sumir com qualquer água empoçada, vigiar os cantos da casa, do quintal, da vizinhança, sempre à procura de possíveis “Esconderijos” que possam acumular água parada e, portanto, se transformar em criadouros do Aedes.

Mas, diante de problemas bem maiores que os causados pela Dengue, convém tomar algumas medidas extras:
 

- apesar do calor, procure não expor demais o corpo, cubra-se mais, prefira calças compridas e sapatos fechados;
- use repelentes, principalmente nas primeiras 20 semanas de gravidez para impedir o aparecimento da microcefalia no seu bebê; mas como ninguém sabe ainda que outros problemas neurológicos o Zika Virus poderia trazer, use o repelente durante todo o pré natal;

- procure colocar telas nas portas e janelas da casa (coloque o repelente também nas telas) e use também os inseticidas disponíveis no mercado que matam o mosquito da dengue.
 

Mas muito cuidado ao usar inseticidas e repelentes.
Siga rigorosamente as instruções contidas nas embalagens desses produtos!
Converse com seu médico e use os produtos recomendados por ele.
- Aplique o repelente na pele APENAS de 10 em 10 horas, se for o Exposis Extreme e, de 6 em 6 horas, no caso de outras marcas, como OFF Adulto, Citomin, Repelex ou Autan.
 

- Aplique o repelente nas roupas, uma vez ao dia.
Lembre-se que o repelente forma uma “nuvem” ao redor do seu corpo ou das áreas onde é aplicado. E lembre-se também de lavar as roupas logo depois de te-las usado com repelente.

Se você está planejando uma gravidez, deve considerar a possibilidade de adiá-la para um momento menos crítico do que esse que estamos vivendo agora. Se você é uma gestante “tardia”, se já passou dos 35 anos de idade e teme adiar ainda mais sua primeira gestação, considere a possibilidade de congelar seus óvulos.

A microcefalia compromete a vida do bebê que, certamente, terá problemas neurológicos, que vão desde problemas com a fala até com o aprendizado e pode também comprometer a longevidade.

Quadro elaborado pelo

Hospital São Luiz Morumbi