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(2022 Bola de Natal Refletindo Nosso Jardim)

 

 

Chô, 2022!

Annus horribilis.
Por Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano


Se 1992 foi um “annus horribilis” para a rainha Elizabeth II, 2022 foi um ano horrível para mim e  para o mundo e para o Brasil

Desesperado, temendo perder a eleição presidencial para Lula (o que, de fato, acabou acontecendo) o nosso presidente maluco aprontou muito além do que vinha aprontando nos seus quatro anos de mandato. Cortou ainda mais as verbas da educação, da cultura e da saúde. O desmonte das conquistas sociais foi até maior em 2022.

 

E, por fim, derrotado, escondeu-se, deixou de governar, de gerar escandalosas manchetes na imprensa, nas lives, como sempre fizera desde que fora eleito em 2018. Isolou-se, como um menino mimado a quem foi negado o doce que ele tanto queria.

Biden recebe Macron em Washington e, juntos, selam seu pacto de luta pela democracia nesse mundo, a cada dia mais ameaçada pelos intolerantes, pelos retrógados, negacionistas, neonazistas, entupidos de preconceitos e com a nublada visão dos que querem amarrar a vida aos estreitos limites de seu próprio medo.

2022 foi o ano do medo.

Medo da reeleição desse presidente derrubador de florestas e de nobres ideais.

 

Medo do maluco que governa a Rússia e quer ressuscitar as fronteiras da antiquíssima URSS, quem sabe até reinventar muros, como o de Berlim.

Medo dos ditadorezinhos meio idiotizados, como o que manda na Coréia do Norte.


Medo, porque embora bobos, equivocados e retrógados, eles têm na mão o poder de apertar o botão da Guerra Nuclear.
 

Medo dos religiosos fanáticos que gostariam que voltássemos à Idade Média.

Medo dos tornados e furacões ensandecidos que baixam sobre a Terra, destruindo tudo o que encontram pela frente.

Medo do insalubre terrorismo e dos assassinatos gratuitos e em massa realizados por jovens que descarrilaram.


Medo das chuvas torrenciais e despropositadas que fazem desabar encostas sobre as estradas, enterrando vivos os motoristas dos veículos que nelas circulam.

Medo de vestir vermelho.

 

Medo das agressões desmedidas dos intolerantes contra os que ousam pensar diferente deles.

 

Medo dos homofóbicos, dos feminicistas.

Medo das mentiras que campeiam soltas pelas redes sociais.

Medo da Covid. Medo da Monkey Pot. Medo das doenças que já estava erradicadas e que voltam pelo negacionismo vacinal.

Medo dos inúmeros e constantes desastres “naturais” que se repetem nos noticiários, com uma frequência absurda e, todos, sendo apenas o resultado da agressão que temos imposto ao Planeta, que não é bobo nem nada, e sabe muito bem como atacar a esses seres inconsequentes que, a cada dia, trabalham pela sua destruição.

2022 foi o ano da constatação de quão bobos e atrasados somos nós! E ficamos com medo de nós mesmos!

2022, adeus, ano velhíssimo, ano estúpido, ano horrível.

Que 2023 possa trazer a esperança. Que possamos nos reinventar.
Que consigamos refletir e perceber, afinal, que estamos todos interligados, como as árvores e suas raízes sob a terra. Que somos todos interdependentes e o que acontece a um, acontece a todos.

Venha 2023. E leve embora esse vento absurdo que está soprando sobre a Terra, em todos os lugares, desde agosto até agora... e ninguém comenta, ninguém estranha... Não é normal ventar assim, todos os dias, em todos os países... É a Terra chiando, reclamando, agredida e vilipendiada.

Chô vento. Chô intolerantes. Chô negacionistas.

Que 2023 possa fazer renascer, em nossos magoados corações, a simplicidade do amor. Boas Festas a todos.