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O mundo de Game of Thrones de
George Martin é de fato o inferno. É o mundo da política, da intriga, da
conspiração, da traição, da ausência absoluta de amor e de
solidariedade. É o inferno. É um mundo fascinante, pela aventura. Mas
não é, nunca foi, nunca será o mundo que alimento. Somos nós enfim, que
escolhemos.
Muita gente diz que é da paz. Mas, sem perceber, trabalha para a guerra.
Todos nós, vira e mexe, às vezes com a melhor das intenções, trabalhamos
para a guerra. Por isso é preciso estar sempre atento às nossas
escolhas, ao que dizemos e ao que fazemos.
1. Trabalhamos para a guerra quando, por nossa condição social, diploma,
grupo ou clube, agremiação ou Igreja a que pertencemos, nos julgamos
superiores aos outros.
2. Quando desrespeitamos a privacidade de qualquer outro, ainda
que seja nosso cônjuge ou filho, e mexemos nas coisas dele, lemos os
emails dele, as mensagens de texto, os inbox... enfim... o que for. Ou
seja: trabalhamos para a guerra quando somos covardes o bastante
para tentar descobrir a verdade do outro violando a sua privacidade.
Gente corajosa, quando quer saber alguma coisa, pergunta. Na lata.
3. Trabalhamos para a guerra quando julgamos que a intimidade nos dá o
direito de invadir a privacidade do outro. Quando precisamos de
detetives pra descobrir traições é porque não estamos prestando
atenção a nada no outro. Nos ligamos tanto nas telas que desaprendemos a
linguagem dos corpos. Nenhuma relação sadia é construída na
desconfiança. Na desconfiança, trabalhamos para a guerra.
4. Quando acreditamos que a nossa verdade é a única e a verdade
do outro é apenas um engano. Quem é da paz sabe que o mundo é feito de
verdades transitórias e todas as verdades podem ser consideradas,
discutidas e até negociadas.
5. Quando somos incapazes de perdoar. (Todo mundo pisa na bola,
incluindo nós mesmos)
5. Quando os nossos preconceitos se colocam acima das evidências
científicas. Por exemplo: Homossexualidade não é doença, diz a OMS,
e nem opção; é condição.
6. Quando acreditamos a que a nossa família é um grupo especial
de pessoas (Por qualquer razão)
7. Quando queremos levar vantagem em tudo.
8. Quando colocamos nossos interesses pessoais acima dos interesses
da coletividade.
9. Quando confundimos competição com batalha de guerra, como
acontece frequentemente nas empresas e nos campos de futebol. Ah, sim, e
também nas novelas de TV. Ou, em outras palavras, quando confundimos
adversário com inimigo, como acontece quase sempre na política.
10. Quando nos omitimos na educação das crianças.
Hoje existe uma tendência a acreditar que as crianças são maravilhosas e
que reprimi-las é um erro. As crianças são seres humanos em estado
bruto. Se não forem lapidadas permanecerão para sempre com aquelas
tendências guerreiras e intolerantes com que todos nós nascemos. As
crianças são bichinhos cruéis, que zombam umas das outras, que fazem
brincadeiras maldosas, que machucam animais e plantas sem pensar, apenas
por instinto.
Eduquemos nossas crianças para a paz.
Mas antes disso, precisamos educar a nós mesmos, todos os dias da nossa
vida.
Ou será melhor continuar vivendo em guerra? |
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