Sexta feira, 03 de outubro de 1980.

Eu não sabia, mas em 1980, escrevendo esse texto, estava escrevendo o texto embrião do livro

Todas as Mulheres São Bruxas.

Sonhos

 

 

Todo mundo sonha. Acordado, é o que estou dizendo.

 

Todo mundo sonha acordado. O engraçado é que as pessoas não gostam muito que se toque no assunto. Mas sonha-se.

 

Eu sonho, tu sonhas, ele sonha, nós sonhamos.

 

É sempre encantador quando um desses sonhos -- e aqui me refiro àqueles que a gente considera irrealizáveis por sua própria estapafúrdia -- se torna realidade.

 

Não estou falando dos sonhos grandiosos. Mas dos sonhos cotidianos, pequenos, bobos mesmo.

Aqueles sobre os quais nem se pensou ainda e já se está sonhando.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sonhando com o elogio que alguém vai fazer ao seu desempenho.Sonhando com o diálogo que você, eventualmente, há de manter com aquela pessoa que lhe significa muito. Com o presente que você gostaria de ganhar de alguém.

É gratificante, maravilhoso, quando um desses pequenos sonhos escapa da esfera do pensamento e, de repente, está sendo vivido, de verdade.

Talvez seja aí que se confundam os sonhos, os pequenos sonhos, com os presságios.

Pois poderiam ser apenas, os sonhos, análises que o computador do seu subconsciente faz da realidade cotidiana. Então você, como num passe de mágica, prevê. Prevê o elogio, o diálogo, o presente ou até mesmo a cantada.

Está no ar, como dizem as pessoas. Basta sintonizar.

 

 

 

 

 

 

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Isabel Vasconcellos